Ando cansada. Não é novidade. No trabalho tem havido, precisamente, muito trabalho, ainda mais quando desde Julho que os colegas vão de férias e se vão revezando. A maioria já foi e veio e foi novamente de férias. Eu, última na cadeia alimentar para escolher férias, fiquei para último e atirei as férias para fim de setembro. Não me importo. Mas demoram muito a chegar, e enquanto não chegam, o cansaço acumula.
Toda a gente anda com este ar de recomeço, de entrada num "novo ano" após a merecida pausa, e eu ando a arrastar-me, sedenta de uma pausa.
Ando stressada. Uma pessoa consegue juntar uns tostões. Decide adiar algumas compras para a casa para poder juntar mais uns trocos e ter mais margem de manobra. Vem um mês com mais despesas, mas está tudo controlado. E eis que o filho de uma grande mula do carro decide ter um piripaque qualquer e, bem, o orçamento não é propriamente muito simpático, e é orçamento indicativo. O preço final vai depender do preço de uma peça que é necessário substituir. Três dias de oficina, a partir de hoje ao fim do dia. Quinta quando for levantar o carro e pagar, bem, se eu não aparecer mais por aqui, já sabem: tive uma síncope. Ainda por cima, é nestas alturas que vem aquela sensação de fracasso, de ter andado a estudar e a investir num suposto futuro melhor, para passar a vida em empregos temporários a ganhar menos por hora que uma empregada de limpeza, não desfazendo o trabalho da limpeza. Ora, cansada, stressada e frustrada. Parece a santíssima trindade dos tempos modernos.
Ando esta semana a preparar o organismo para fazer um teste a intolerâncias alimentares. Desde 5ª feira que só posso comer: pequeno almoço - cereais de aveia com leite vegetal (arroz); meio da manhã - maçã ou pêra; meio da tarde - gelatina ou ovo cozido ou fiambre de aves (só fiambre); almoço e jantar - carnes brancas ou peixe com alface ou pepino. O problema que tenho tido nos últimos meses pode ser derivado a alguma intolerância alimentar, ou pode ser mesmo problema de saúde e a ser, não é dos meigos. Próxima quinta tenho consulta e estou em pânico. A comer comida de grilo e os sintomas mantêm-se.
Este sábado andávamos no centro comercial quando vejo a sogra (e cavalona* como ela é, ainda por cima vestida de
rosa barbie da cabeça aos pés, impossível não ver - um dia falo do estilo da minha sogra) e ela, acompanhada com o seu namorado, o que é que faz? Vira a cara, passa apressada e finge que não nos viu. À cara podre. Não é por nada, mas ela que venha pedir favores outra vez.
A minha mãe faz anos no próximo sábado e eu já me contorço toda com nervos só de pensar em ligar para dar os parabéns.
E este relambório todo mais parece que vim ao muro das lamentações. Mas bolas, é muita coisa para a minha bílis.
Pronto, agora que pus para fora, vou repetir em modo mantra:
Imagens retiradas do Google Imagens
*cavalona: expressão usada no Norte para designar mulher muito alta, com porte pouco comum para mulher.