Há publicidades e há verdades
Ora bem, vou começar já por dizer que estou danada. Portanto, não esperem um texto meigo, com subtilezas ou eufemismos. Aliás, a vantagem de ser uma blogger fora da ribalta é esta liberdade de poder escrever sobre o que penso, sobre as minhas experiências, sem ficar a dever nada a parcerias e companhias. E talvez por isto mesmo pretendo continuar a ser a ovelha tresmalhada deste rebanho, longe de parcerias e semelhantes. Lamento, leitores, aqui não verão passatempos e publicidades encapotadas.
Vamos a factos. Meia blogosfera tem divulgado as maravilhas da plataforma ZORI. Subscrevi newsletter e ia acompanhando as campanhas promocionais. Longe de me encantar com marcas xpto a preço simpático, a verdade é que nesta demanda pelas prendas de Natal, acabei por prestar mais atenção às newsletters, e houve uma que me despertou interesse particular: brinquedos da Science 4 you. Encontrei dois artigos que eram perfeitos para oferecer às duas crianças, filhas de amigos, que tinha na minha lista. No mesmo dia que inicia a campanha, submeto a encomenda, efetuo o pagamento, e aguardo a entrega. Lamentavelmente, recebo um e-mail, alguns dias depois, com palavreado muito simpático, indicando que um dos artigos encomendados (e pagos) se encontra em ruptura de stock no fornecedor, sem data prevista de reposição, apresentando como solução a emissão de uma nota de crédito na minha conta cliente para debitar numa futura compra.
Lindo! A sério.
Há uma coisa chamada gestão de stocks. Em campanhas promocionais, regra geral, a promoção está limitada ao stock existente. E sublinho o existente. Parte-se do princípio que há um número de artigos disponíveis para venda naquela campanha, com aquele preço. Ora, vender, receber o valor da venda e esperar que o fornecedor responda ao volume de vendas é algo semelhante a eu ir ali sentar-me no sofá à espera que me saia o euromilhões sem sequer ter apostado.
Vamos aos bons exemplos, que felizmente os tenho. Sou consumidora de compras online. Uma das plataformas onde mais compro é a Mango online. Em alturas de saldos é normal eu sentar-me e, descansadinha da vida, andar a passear pelo site, ver artigos, ir adicionando ao carrinho, comparar preços, comparar artigos, refletir se a compra é válida ou se é mero consumismo, e quando finalmente me decido pelo que comprar e submeto a encomenda, já aconteceu receber no imediato a informação que um dos artigos adicionados ao carrinho já não se encontra disponível. Alguém foi mais rápido que eu no gatilho, arrecadou o último artigo em stock, e eu ou substituo por outro, ou submeto novamente a encomenda sem esse artigo, pago o que há disponível e recebo o que encomendei e paguei. Um boa gestão de stocks. Avisa na hora o cliente da indisponibilidade do artigo, evitando o transtorno do pagamento de um artigo que o cliente não irá receber, porque não há stock.
Quando compro por catálogo, por exemplo Yves Rocher, faço a encomenda, se por acaso algum artigo que encomendei não vem por ruptura de stock, paciência, só pago o que vem daquilo que encomendei.
Portanto, é lamentável, e atrevo-me a dizer inadmissível, nos dias que correm, uma plataforma como a ZORI, que pelos vistos compra boa publicidade por esta blogosfera, vender artigos em campanhas promocionais não tendo real stock dos artigos apresentados. Uma coisa é ter 100 artigos em stock para vender na campanha. Outra é vender 500 e esperar que o fornecedor dê resposta. Se não dá, emite-se nota de crédito para o cliente voltar a comprar no futuro.
Permitam-me a opinião de consumidora, é uma forma um tanto ou quanto irresponsável de vender. Pelo menos para mim é, e estou no meu direito de me sentir totalmente defraudada e não tencionar voltar a recorrer a tal plataforma para compras. Por isso mesmo, já solicitei o reembolso imediato, porque não tenho qualquer interesse em ficar com valor empatado, quando agora tenho todo o transtorno de ter de procurar alternativa ao artigo que encomendei e paguei, já que o mesmo se destinava a um presente de Natal.
Estou danada.