As máscaras
Poderia ser um post sobre o Halloween, essa espécie de carnaval temático, uma tradição importada que pouco ou nada tem a ver com a nossa cultura. Mas não. Mera coincidência.
Falo das máscaras que usamos na vida, no dia a dia, na sociedade. Não que usar essas máscaras seja sinónimo de falsidade, mentiras. Ou pelo menos não de forma generalizada.
Eu tenho as minhas máscaras. Como pessoa tímida e insegura, uso a máscara do humor para quebrar gelo. Uso o humor comigo própria, para relativizar coisas que de certa forma me afetam. Antes do humor eu ficava-me mesmo por uma certa distância, quieta no meu canto, facilmente me catalogavam como antipática e arrogante... até o gelo se quebrar, eu me sentir um pouco mais à vontade e deixar cair a máscara que usava como defesa.
Mas tem dias que qualquer coisa faz a nossa máscara de defesa cair. E a minha caiu-me aos pés este fim de semana. No rosto estava bem estampada a frustração que me invadia. Uma tristeza imensa por me ver assaltada por fantasmas do passado. Abriu-se o armário de esqueletos e revivi certas sensações que me frustraram, magoaram, marcaram. Não há humor que lhe valha. Só este ficar quieta no meu canto, calada, de cara fechada, que seja a antipática, a arrogante; as pessoas só vêem o que querem mesmo, e a arrogante que julgam ver é, nem mais nem menos, uma miúda assustada, com vontade de fugir e chorar.