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Estórias na Caixa de Pandora

Estórias na Caixa de Pandora

13
Out16

E veio a chuva

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E eu sem arrumar a mesa e as cadeiras do terraço. Até dói ver tudo molhado, a pingar. Esta resistência teimosa que não quer dizer adeus aos fins de tarde com sol, aos jantares feitos no churrasco, enquanto se bebe uma cerveja e se desfruta do  entardecer tardio e ameno.

Agora tenho de esperar que venha uma pausa na chuva. Deixar secar, depois limpar e enfim, arrumar o verão na arrecadação. 

 

12
Out16

Vocês sabem?

Aquele Gremlin fofinho fofinho, com uns olhinhos ternurentos, que só apetece pegar ao colo e apertar por causa de ser tão fofo? Sabem?

Pronto, eu não carrego assim tanta fofura, mas vá sou moça pacífica, simpática, do bem. Mas solta-se-me a fera que há cá dentro quando me fazem de parva, me tentam ludibriar e duvidar da minha própria inteligência. É que aí eu encarno a toura que há em mim e sai da frente.

Pois que ontem, e depois de uma novela mexicana por causa da avaria do Smart, fui ter com o dono do stand que mo vendeu para levantar o carro da reparação que ele, a muito custo e com muita luta e argumentação muito bem fundamentada e apoiada por consultora legal (vulgo advogada), resolveu assumir e pagar ao abrigo da garantia.

Mas caramba, chego lá e vejo o palhaço, no alto da sua arrogância, a falar da garantia e da lei com uma ironia que me fez revirar as tripas. E quando lhe pedimos uma cópia do relatório de intervenção e ele diz, ipsis verbis:

- A sua advogada que me escreva uma cartinha a pedir o documento e eu peço à minha advogada para lhe responder, ou melhor, até digo à minha advogada que nem tenha trabalho a responder.

Ahhhhhh que se soltou o bad gremlin dentro de Pandora. E quanto mais ele insistia em falar, metendo os pés pelas mãos, numa contradição própria de quem é chico esperto a querer enganar os outros, mais eu me erguia nos meus argumentos, muito bem fundamentados, com uma segurança própria de quem conhece a lei, os direitos que tem e aquilo que pode exigir como seu de direito. 

Resumindo: comprei o Smart em fevereiro, há 8 meses. Na semana passada carro tem uma avaria mecânica e simplesmente pára, não liga, não anda, nada. Consumidora consciente, sei que tenho direito a um ano de garantia. Contactamos o stand, pedimos que nos digam com que oficina trabalham para levar lá o carro. Nada. Carro foi para a marca. E começa a luta. Porque não tínhamos direito a garantia, porque para termos garantia tínhamos de ter pago mais 1000€, e nós prescindimos da garantia. Ahhhhhhhh os nervos a ferverem. Consulta a lei, consulta amiga advogada, reúne com ela, tudo para ter a certeza dos nossos direitos e poder reinvindicá-los. E assim foi. Na segunda, e a contragosto, lá aceitaram fazer a reparação, mas não na marca. Lá foi o reboque buscar o carro e levá-lo para a oficina que o stand quis. Ontem, o discurso irónico continuou, com aquele ar do bom samaritano que resolveu responsabilizar-se pela avaria do carro que vendeu há oito meses só porque sim, é muito boa pessoa e quis agradar ao cliente. Só não o mandei para a meretriz que o pariu porque aí perdia eu a razão que tinha. Mas no alto do meu metro e meio ele ouviu o que não quis e percebeu que comigo, connosco, ele não ia brincar nem enganar, nem passar a perna, tão pouco fazer-nos de parvos. 

 

 

A questão é simplesmente esta: a compra de um carro usado tem, por lei, um ano de garantia, no mínimo, no caso de stands creditados para a comercialização de veículos, e no caso de uma compra a um particular têm direito a 6 meses de garantia. Quando um stand de usados vos diz que por mais x € têm direito a garantia, na verdade estão a querer vender-vos algo que é vosso por direito, porque o que eles deveriam vender é a chamada extensão de garantia. O cliente tem um ano por direito. Se pagar mais x (valor acordado entre as partes), tem mais um ano, somando um total de dois anos de garantia. Claro que os chicos espertos dos vendedores aproveitam-se do desconhecimento do consumidor da lei e dos seus direitos, aproveitam-se que as pessoas, mesmo que até tenham noção dos seus direitos não estão para se chatear ou levar o caso a tribunal e esperar 5 anos que se resolva, e assim continuam na boa, impunes, a cometer estas ilegalidades à vista de toda a gente e, no fundo, com a conivência de todos.

Comigo não foi assim. Lamento. Se tenho os meus deveres e os cumpro, também exijo que me sejam devidos os direitos que tenho por lei. E não exigi nada que não tivesse direito, por lei.

Pedi à M.J. que, se pudesse e quisesse, escrevesse algo mais completo e com a devida fundamentação jurídica sobre este tema. Porque eu acabei de ser escaldada. Porque, ao comentar isto com várias pessoas, pude ver que a grande maioria assume que se compra um carro usado e não tem garantia. Porque a verdade é que se não estivermos informados dos nossos direitos, passam-nos a perna e ainda se riem, e assim continuam, pela vida fora, meio mundo a enganar outro meio, pura e simplesmente porque meio mundo vive na ignorância dos seus direitos.

 

Quanto ao Smart, já está comigo, já anda, mas eu não desisto de ter um relatório da intervenção da oficina. Ou vou pagar para a marca me fazer um diagnóstico completo ao carro. Não é desconfiar das pessoas, mas dado todo o contexto, eu sei lá se o carro levou uma peça nova, uma peça restaurada, eu sei lá se não volta a acontecer e depois? Adoro o carro. Mas depois de tudo isto, já não confio nele. E para me decidir se fico com ele ou não, vai ter de ser submetido a uma boa análise e avaliação. Afinal, ainda tenho quatro meses de garantia. 

 

10
Out16

Um dia

Pergunto ao adminsitrador de condomínio se transformaram o recinto das garagens em parque infantil e não avisaram os condóminos. 

Ou pergunto à dondoca que pariu a criatura se a filha não pode gritar mais baixo. É que libertam a criança no recinto das garagens, que é subterrâneo, cujo acesso ao interior do prédio é só por elevador, e a barulheira que a petiz criatura faz ecoa pelo prédio acima, e quem quer estar no sossego do lar doce lar que se dane.

Ontem imaginei-me a arranjar um cão, mas daqueles que ladram e ladram e ladram. E imaginei a dondoca a reclamar do cão a ladrar, para lhe poder responder que a filha que ela pariu também faz uma barulheira dos infernos e ninguém a chateia (e não deve ser por falta de vontade).

Enfim, as coisas que me passam pela cabeça quando quero sossego em casa e levo com isto. Há dias que eu devia ir para uma ilha deserta, eu sei. 

 

10
Out16

Não é que seja de modas, mas esta faz-me suspirar!

adidasgazelle.jpg

Do preto, nunca me comprometo, ao navy que é perfeito para jeans, as branquinhas dão com tudo, mas as beges, as rosa nude, as amarelas, as vermelhas e as mangenta... era um par de cada e Pandora viveria feliz para sempre. 

Agora estando eu aqui quase quase quase a cometer a loucura de gastar 100€ num par de sapatilhas, e podendo ser só UM, com muita pena minha, que cor, que cor?!!!! Meu coração sofre!

 

 

09
Out16

Durou duas noites (e meia)

Deixei-te_ir_2016

Na passada quarta feira, feriado, como tirei uma sesta à tarde, cheguei à noite e soninho que é bom, nada. Peguei então neste livro, um dos últimos que comprei, e comecei a ler. Li os três ou quatro primeiros capítulos e senti-me, desde logo, agarrada. Tanto que na quinta, à hora de almoço, li ávida mais um capítulo.

À noite peguei no livro ansiosa e fui até ao final da primeira parte. Não continuei porque eram 2h da manhã e sexta era dia de trabalho. Mas acreditem que fiquei em ânsias de pegar novamente no livro.

Sexta à noite, mal pude, assim o fiz e só parei no último ponto final. Eram umas 4h da manhã quando acabei a maratona. 

O livro agarra desde a primeira página. Mas o que é surpreendente, mesmo surpreendente, é que estamos toda uma primeira parte (vá, até à página 162) totalmente equivocados. Antes de começar a segunda parte, e dada a revelação no final da primeira parte, voltei atrás e reli os dois primeiros capítulos. Percebi logo como tinha sido induzida em erro. E não pude deixar de me rir de mim mesma, porque é tão subtil que se alguém perceber antes, merece um prémio. 

Não posso falar muito do enredo porque, involuntariamente, iria contar mais do que devo. É um thriller, sim, seu sei, este ano ando a dar-lhe forte nos thrillers, um mistério que fica logo no início por resolver: um atropelamento fatal de uma criança de 5 anos com fuga do condutor. Poucas ou nenhumas pistas, uma equipa de investigação policial que quer ver o culpado identificado e responsabilizado por um ato tão atroz e cobarde.

Deixei-te Ir é uma história envolvente, emocionalmente forte, com uma personagem tão carregada de mistérios que nos cativa e nos impulsiona a querer saber mais sobre ela, sobre os segredos que esconde, sobre a dor tão destruidora que sente, sobre o que lhe aconteceu que a faz parecer tão culpada e tão inocente. Um thriller com uma profunda carga dramática sobre um tema bastante complexo, trágico e que socialmente é, simultaneamente, um tema tabu, condenável, repugnante e difícil de condenar na justiça. 

A história tem vários narradores, sendo que um dos narradores da segunda parte é simplesmente arrepiante. Desde que se começa a ouvir a voz dele sente-se que ali há algo de muito maquiavélico, que vai crescendo na trama, à medida que se vão revelando segredos. A cada revelação, um passo mais próximo da verdade, do que aconteceu no fatídico dia do atropelamento. E quando achamos que está a resposta encontrada, desenganem-se. Há algo mais sórdido por trás. Arrepiante. 

Eu adorava poder estender-me sobre o livro, mas não posso mesmo. Porque recomendo a sua leitura, e não vos tiro o prazer da constante surpresa que as reviravoltas que vão surgindo causam no leitor. 

É intenso, é arrebatador, é empolgante, é absolutamente viciante.

Tenho lido livros muito interessantes, mas este fez-me bater um recorde que há muito não tinha: devorá-lo em duas noites porque é impossível largá-lo.

 

09
Out16

A Rapariga no Comboio, o filme

Li o livro há pouco mais de um ano. E gostei bastante. Quando soube da adaptação ao cinema, confesso que fiquei com muita vontade de o ir ver, acima de tudo pela curiosidade de ver como iam pôr na grande tela aquele enredo tão intrincado que nos é narrado na primeira pessoa por três vozes diferentes. Achei que o filme se ia centrar muito na parte da investigação criminal, e essa seria a linha condutora do enredo. Não podia estar mais enganada. 

Tal como no livro, o que mais gostei no filme foi conseguirem manter as perspectivas das três personagens narradoras. Para quem leu o livro, facilmente perceberá que estamos perante o mesmo esquema: o ponto de vista de cada uma das personagens nucleares, Rachel, Megan e Anna, que nos vai revelando os pormenores de uma trama, num desenvolvimento tenso dos acontecimentos. 

Gandhe não leu o livro, obviamente não lhe contei a história, e ele gostou bastante do filme. Não é um filme de ação, a dita investigação policial é muito secundária no filme, tal como o é no livro, já que não é pela investigação policial que vemos o desenrolar dos acontecimentos e chegamos à revelação do mistério.

Tendo em conta que a minha memória do livro não é assim tão fresca, considero que o essencial do livro está bem adaptado no filme. Emily Blunt faz uma performance soberba no papel de Rachel. O pormenor de terem alterado o cenário de Londres para os EUA não altera, tão pouco influencia, a intriga. Portanto não vejo grande relevância nesse aspeto quando leio as críticas ao filme sobre esse detalhe. 

Acredito que quem tenha a memória do livro bem mais fresca vá encontrar mais "defeitos" no filme. Mas há que ter em consideração que um livro tem sempre mais, muito mais detalhes e subtilezas que um filme, e nem sempre é fácil passar isso para o grande ecrã. Portanto, gostei muito do filme, achei a adaptação bem conseguida e destaco, sem sombra de dúvida, a performance de Emily Blunt. 

 Independentemente se leram ou não o livro, vão ver o filme. Vale a pena! 

 

 

06
Out16

Só me apetece dizer asneiras

O meu Smart, carro mais fofo da dona, avariou. Assim, do nada, sem nada que fizesse prever. No regresso da hora de almoço, estaciono o carro e de repente, pum, um barulho, carro desliga e não volta a ligar.

Chamei o Gandhe, para alguma coisas servem os homens (tou a brincar), esteve de volta do bicho, e nada. Liga para a assistência, liga para o stand, afinal ainda não o temos há um ano, portanto há garantia. Mas os stands de usados aproveitam-se da ignorância das pessoas. Ah e tal não há garantia, a garantia é paga à parte. Para o raio que os foda. O cliente por lei, repito, por lei, tem UM ANO de garantia. O que pode ser negociado é a extensão dessa mesma garantia. Mas UM ANO é de lei e é obrigatório. Nos entretantos, e para que não restassem dúvidas, ligámos a uma amiga advogada, que só nos confirmou o que já sabíamos e avisou que, se fosse preciso, ela enviava uma cartinha ao dito stand. 

E assim foi o meu pequenino, de reboque, para a marca, já que o stand está a armar-se em esperto e a descartar-se da garantia, não indicou nenhuma oficina onde possa ter protocolo, paciência, o meu pequenino rumou à Mercedes, que o gajo é pequenino, mas é dos finos.

Eu acho que lhe deu uma crise de ciúmes, que eu tenho andado a babar pelo novo Twingo Night & Day, que vi recentemente ao vivo e a preto e branco e fiquei assim, perdida de amores. 

Agora o Smart que se ponha fino, porque vai na volta ainda o troco. 

 

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