Ainda Sonho Contigo foi a minha mais recente leitura. Já não sei bem o que me chamou a atenção neste livro. Andava eu a ver as vistas na WOOK e dei comigo a ler a sinopse daquele que, à partida e pelo título, parecia ser um daqueles romances lamechas que não me cativam de todo.
Lida a sinopse, ficou a curiosidade. Livro adicionado a whislist. Por altura da promoção do dia da mulher, foi um dos contemplados. E maio foi o mês para o ler.
Numa palavra: ternura. Parece difícil dizer que uma história que se centra nos planos de suicídio de uma pessoa possa despertar este sentimento de imensa ternura, mas é verdade.
Maggie, a protagonista, é uma mulher na casa dos 60 anos para quem a vida não faz qualquer sentido. Decide pôr termo à sua vida, mas sem dramatismos. Com uma tremenda clareza de espírito, elabora listas com prós e contras, toma a decisão e prepara tudo ao minímo detalhe para a sua "partida". Só que a vida acontece e mostra-lhe que ainda há tanto a fazer, tanto para viver. Que não está tão sozinha como julga e que o passado ao qual ela tem vivido amarguradamente amarrada é apenas um passado que não a impede de ser feliz no futuro, que ainda há tempo para concretizar sonhos, viver, amar, ser feliz. Naquele amanhecer em que se dá a sua epifania, em que percebe que afinal não está nada pronta para deixar de viver, a vida acontece e Maggie finalmente permite-se ser feliz e deixar que as coisas boas lhe aconteçam.
Em paralelo há outras histórias. Histórias tão comuns e banais que podiam ser as histórias de qualquer um de nós. Histórias de vida, de sonhos, de tristezas, de luta, de segredos que se guardam por vergonha ou por medo.
Curiosamente o mote para esta história é o desistir da vida. E a beleza deste livro é toda a mensagem de esperança, ternura e humanidade.