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Estórias na Caixa de Pandora

Estórias na Caixa de Pandora

30
Jul18

Somos todos azuis!

Se há coisa que me faz uma confusão desgraçada aos neurónios é a desigualdade, a diferença com que as pessoas são tratadas, quando supostamente são todas iguais, num ambiente que se pretende que seja imparcial.

Mais ainda quando o discurso ou a postura que demonstram é mais ou menos esta: não há brancos nem pretos, somos todos azuis. O problema é que há os azuis escuros e os azuis claros.

 

20
Jul18

É uma questão de humildade (ou total falta de)

O que é Humildade?

Humildade é a qualidade de quem age com simplicidade, uma característica das pessoas que sabem assumir as suas responsabilidades, sem arrogância, prepotência ou soberba.

 

Já ando nisto dos blogs há algum tempo. Tempo suficiente para seguir alguns há anos, para assistir a ascensões e declínios, para largar uns e descobrir outros, para estreitar relações, para assistir de longe ao que cada um decide partilhar. 

E há uma coisa que me custa um bocadinho. Gente anónima, que veio do nada e saltou para a ribalta pelo blog. Sem dúvida tem o seu mérito pelos conteúdos, dedicação e empenho, mas poderiam ter isso e continuariam a ser nada se não tivessem leitores, muitos leitores, milhares de leitores. E o que me custa é perceber que nesse percurso de ascensão a humildade ficou algures numa curva apertada. 

Se alguém cria um blog de economia doméstica, organização, dicas de gestão de tempo, receitas, planeamento, um blog que ao fim de anos mantém cativos milhares de leitores e seguidores e, com todo o mérito, mantém-se em alta pelo interessante e variado conteúdo, cabe ao autor ser humilde para aceitar que vai receber milhentas perguntas e pedidos de ajuda, sobre coisas que provavelmente já perdeu a conta ao número de vezes que escreveu. E mais lhe compete ainda humildade para responder a quem alimenta a sua popularidade e notabilidade.

Portanto, causa-me assim uma azia na bílis quando leio nas redes sociais que estes influencers da vida moderna alimentam a toda a hora do dia (that's their job, I know) as suas reações às questões dos leitores. 

"Perguntam-me como consigo poupar tanto na comida e na conta do supermercado. Há que procurar, ir a superfícies comerciais diferentes e comparar preços, ir a feiras e mercados biológicos, explorar o comércio tradicional. Nunca é boa ideia fazer as compras todas no mesmo sítio. Não têm tempo? Não se pode ter tudo!"

Ora este não se pode ter tudo é, no meu entender, uma grande cuspidela em cima de quem alimenta o ego (e não só) desta criatura. 

Até porque, e vejamos, a criatura é bafejada pela "sorte" de poder ser uma stay home mom. Não tem de picar ponto, aturar patrões, cumprir uma infinidade de tarefas, viver em contrarrelógio para chegar a horas, sair a horas, enfrentar trânsito, filas, etc...

A criatura, nos seus tratados de organização vai expondo as suas rotinas: à sexta lava roupa, que assim na segunda quando a senhora que lhe passa a ferro e limpa a casa for, já tem a roupa seca. Às segundas cozinha para a semana toda. Aos fins de semana leva os filhos a sítios diferentes para eles conhecerem e não se aborrecerem. Acredito que nos restantes dias sobre tempo para uma gincana aos supermercados, feiras e mercados e comércio tradicional. Obviamente tudo documentado em fotos e vídeos para o Instagram e semelhantes. 

Só assim, efetivamente, consegue reunir todo o material e informação necessária para os seus posts de economia doméstica, dicas de organização, planeamento, receitas, todo um material que mantém um vasto público interessado e ligado aos seus canais de comunicação. Right, that's her job. And that's okay!! 

Mas por favor, esse tipo de respostas a quem pede ajuda porque almeja ser como a mestre, mas está a anos luz de ter as mesmas condições de vida que a mestre tem, é só de uma falta de respeito e consideração para quem a idolatra e lhe alimenta o ego (e não só). 

Humildade. É apenas o que tenho a dizer. 

 

16
Jul18

A nova saga que me faz perder o sono!

Perder o sono no sentido de não conseguir parar de ler. É tão bom, mas tão bom que já comecei o segundo volume e está a um ritmo de leitura mais alucinante que o primeiro.

O desaparecimento de um jovem de 16 anos. A descoberta do corpo sem coração. Um assassino que se auto intitula "o homem que não é um assassino". Um polícia cego na sua própria vaidade. Uma equipa de investigação criminal de topo. Um profiler que tem tanto de mente brilhante como de descompensação emocional, alimentada por traumas pessoais, que o tornam um ser verdadeiramente fascinante de interpretar e descobrir. Personagens várias que parecem ser o que não são, ou que são o que não seria expectável que fossem. 

Os ingredientes são matéria prima de primeira qualidade. A escrita uma verdadeira mestria do suspense, que nos envolve de tal forma que nos sentimos parte da investigação. Todos os fios estão entrelaçados, as subtilezas vão temperando o desenrolar da ação para manter a atenção de um leitor mais atento e perspicaz. O desfecho é surpreendente, mesmo para o leitor que foi capaz de identificar as subtis revelações (eu andei muito, muito perto e mais não posso dizer).

Segredos Obscuros é um bom thriller nórdico, repleto de personagens complexas, que oscilam entre os seus dilemas pessoais e competências profissionais. Os cenários são tão realistas que somos facilmente transportados para a Suécia, para as ruas da cidade de Västerås. Uma teia intrincada de segredos e revelações que se vão descobrindo e revelando num todo que vai para além de tudo o que se conhecia. As verdades vão-se revelando, as aparências vão ruindo, e há todo um fio que une todos estes segredos.

Não é difícil de explicar o sucesso desta dupla de autores e da sua criação, Sebastian Bergman. Uma saga que prende e nos desperta uma ávida vontade de ler os volumes seguintes. Eu já comecei o segundo... 

 

06
Jul18

Sobre-vivendo!

Os dias têm sido difíceis. Quem me conhece antecipará que as minhas ausências são motivadas por isso mesmo: dias difíceis, a vários níveis. 

Para começar, muito trabalho. Fui nomeada team-leader de um projeto relacionado com o famigerado RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) o que me tem valido horas de formação e reuniões.

O trabalho normal do dia a dia, que já não é pouco, continua e não pára de acumular, pelo que na maioria dos dias dava jeito clonar umas quantas Pandoras.

Há um desgaste físico, um cansaço acumulado. Há, também, muito stress. Muitos nervos à flor da pele. Voltaram as crises de ansiedade. A falta de descanso. Vem a falta de paciência. Para tudo. 

Aconteceram umas situações profissionais que me derrubaram. Me fizeram sentir uma enorme sensação de impotência, de frustração, também de revolta. Quando se acredita no mérito e na competência, mas se trabalha com uma equipa onde o que interessa é a palmadinha das costas, a hipocrisia e os egos de muita gente, há uma constante luta inglória, condenada ao fracasso dos mesmos. Imaginem de que lado estou?

E tudo isto a troco de um salário de merda, que dá para pagar contas e pouco mais.

Preciso urgentemente de férias, mas as férias vão ser em casa. Não há dinheiro para ir para fora, uns dias que sejam. Está a ser um ano complicado em termos financeiros, cenário que se desenhou logo no início do ano, quando passámos pelo que passámos com a história do acidente e o absurdo de dinheiro que tivemos de adiantar até ter o problema resolvido. Foi um enorme rombo. E como um mal parece que nunca vem só, outros imprevistos aconteceram que se traduziram em gastos não previstos num orçamento não muito avantajado. 

Foram-se reservas, foi-se tudo e nos dois primeiros meses a conta bateu no vermelho. Equilibramos as coisas, mas não sobra para férias. E já foi um esforço três dias em Lisboa.

Portanto a frustração aumenta. Tanto trabalho para isto. Tantas horas dedicadas para isto. 

Haja saúde. 

Pois. Já tenho o resultado da panóplia de análises hormonais que fiz. Ainda não regressei ao endocrinologista (só tenho consulta no fim do mês), mas já as mostrei à nutricionista.

Boas notícias: está tudo bem, os valores estão todos dentro dos parâmetros normais.

Más notícias: voltamos à estaca zero, sem saber de onde vem a extrema retenção de líquidos, o inchaço das pernas, tornozelos, pés. 

Nem dá para gozar as boas notícias. Há algo que não está bem. E não há meio de encontrar a origem para poder tratar.

Prevejo uma corrida a especialistas vários, numa demanda que não sei onde vai dar. 

Faço o esforço para (sobre)viver. Mantenho as minhas atividades, vou a convívios com amigos, o verão (supostamente) começou e com ele vem uma quantidade obscena de eventos: é tasquinhas, é festas disto e daquilo, as feiras temáticas, este fim de semana tenho na agenda o Vagos Sensation Gourmet e começa o AgitÁgueda, que já é uma espécie de tradição.

Não me rendo a ficar afundada no sofá, fechada em casa, a chorar as mágoas e remoer a frustração. Não me entrego a este cansaço extremo que me suga toda e qualquer energia.

Só que não é fácil.

Dias há que me sinto num pântano de areias movediças e rapidamente percebo que para sobreviver tenho de ficar quieta. Há dias que é simplesmente isso a única coisa a fazer: parar, sossegar, acalmar, serenar. Esperar. Há momentos em que lutar é precisamente PARAR e deixar que a vida se vá resolvendo por si. 

E então é isto. Estou num momento em que estou quieta, deixando os dias passar, acompanhando o ritmo da maré, sem remar contra a corrente. Demasiado cansada para isso. E quiçá não será mais sábio, neste momento, simplesmente deixar ir, deixar acontecer, o que tiver se ser, será.

 

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