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Estórias na Caixa de Pandora

Contém merdas que não (te) interessam...

Estórias na Caixa de Pandora

Contém merdas que não (te) interessam...

13
Jan20

A minha sogra calada era... uma santa!!!!

Sogra é desbocada. Não é novidade. Não tem filtros. Nem ponta de noção. Diz o que quer e lhe apetece sem qualquer respeito ou consideração pelos outros. E o pior é que tem a puta da mania que só ela é que sabe e tem sempre razão. Desisti. Ela que fique com a dela, não dou para esse peditório. Pessoas que só ouvem a sua própria voz não merecem, de todo, que gastemos o nosso latim e energias com elas. Deixai os cães ladrar enquanto a caravana passa...

Se por um lado o ficar calada perante uma personagem destas é o mais sensato, a verdade é que como não há quem a enfrente, contrarie e também a ponha no lugar, ela sente-se a rainha do pedaço, dona da verdade, senhora da razão. E não saímos disto. Haja paciência e muita ginástica para rebolar os olhos e respirar fundo. Muito fundo.

Ora, na altura do natal eu estive bastante doente. Tanto que no dia 26 voltei ao médico e vim com antibiótico, xarope e anti-histamínico. Dois dias depois de ir ao médico ela passa por nossa casa. O filho não estava. Portanto que remédio tive eu de a "atender". Ainda nem tinha aberto a porta, ela ouviu-me tossir, e larga o seu: ai rapariga, essa tosse... escusado será dizer que pelo natal levei uma esfrega sobre xaropes de cenoura com açúcar amarelo, cebola (com casca, ouviste?) e mel, mais chá disto e daquilo... Ora, reclamava ela da minha tosse a entrar na minha casa, quando lhe digo que já tinha ido ao médico, e com o antibiótico estava melhor. 

Quando falei em antibiótico ela vira-se para mim e com o dedinho espetado no ar, olhos arregalados e um tom de preocupação genuína na voz, dita a sua sentença: olha tu tem cuidado que o antibiótico corta o efeito da pílula. 

Aquilo apanhou-me tão desprevenida que nem tive reação. E ainda bem... que reação pode uma pessoa ter perante este comentário de merda?

Primeiro, sou uma pessoa minimamente informada, bem sei que os antibióticos têm impacto na toma da pílula. Mas obrigadinha pela informação. Devia era ter ensinado melhor a filha há muitos anos atrás, talvez ela não tivesse engravidado antes dos 20's, quando ainda andava na escola.

Segundo: não era de estar caladinha? Sabe lá ela se até andamos a tentar ou não ter filhos? Há uns anos saiu-se com uma de que eu não queria engravidar para não engordar. Fiquei tão danada com este comentário... é que era uma altura em que eu não tinha qualquer estabilidade profissional, tinha trabalhos temporários cujos contratos eram de 3 meses, e ora renovavam ora lá ia para o desemprego até vir um novo trabalho temporário. Mas não era isto que me fazia não querer filhos nessa altura. Era o não querer engordar. 

Sinceramente não sei qual é o problema dela, ou melhor, até sei. É que sou eu que vou para a cama com o filho. Não é ela. Sim, a minha sogra tem o complexo de Jocasta. E não é paranóia minha ou ciúmes de nora com sogra possessiva. Ainda não há muito tempo ela falava de um pretendente que tinha, mas que não queria nada com ele porque ele era baixinho, e ela quer assim um homem alto e jeitoso como o Gandhe (detalhe: não disse "como o meu filho"... disse o nome dele... Freud explica!). 

Agora a sua súbita preocupação que eu pudesse engravidar por causa do antibiótico, sem saber se até é algo que está nos nossos planos, tendo em conta que tenho 38 anos, é assim só parva. E sem ponta de noção. Caladinha podia ser uma santa. Ou perto disso. A menos que o problema não seja eu engravidar, mas ela ser avó. Só que ela já é avó. E foi avó cedo... Ou então acha que se eu tiver um filho, vou espetar com a criança em casa dela para ela tomar conta. Ah que não tenha esse medo... jamais faria isso. 

Este sábado voltou a passar por nossa casa (apanhou-se outra vez com confiança e agora não é à vontade... é à vontadinha). Quando ela tocou à campainha eu estava no terraço a apanhar roupa. O filho foi abrir-lhe a porta, ouvi logo a voz esganiçada dela e deixei-me estar. Quando acabei, entrei na cozinha com o cesto nos braços e, por boa educação, fui ao pé dela para a cumprimentar. Não só me deixou literalmente pendurada, como nem olá, nem boa tarde, nem vai à merda... mostrou-me uma fotografia que descobriu no telemóvel da gata, que tanto trabalho e despesa me deu, para ela deixar fugir e sabe-se lá o que aconteceu ao animal. Limitei-me a fazer um sorriso amarelo, virar costas e ir para dentro separar a roupa que era para passar, e dobrar a que era para arrumar sem ir ao ferro. Deixei-me estar até perceber que ela tinha ido embora. E então comento com o Gandhe que nem na minha casa sou respeitada. E ele disse um tímido: pois, a minha mãe teve uma atitude de merda, mas já sabes como ela é.

Claro que sei. E por isso uma pessoa engole e ignora. Porque ela é assim... os outros que se fodam!

Numa era em que anda tudo preocupado com o ambiente, com a reciclagem e a proteção do planeta, ainda não inventaram um contentor para reciclar sogras? A poluição sonora iria diminuir drasticamente. Garanto.

 

10
Jan20

O regresso à rotina

Só esta semana é que senti o verdadeiro regresso à rotina, depois de uma pequena pausa e das festividades.

Ainda que tenha regressado ao trabalho no dia 02, a verdade é que a semana de trabalho foi mini, chegar num dia e no dia seguinte já ia de fim de semana. Assim nem custou tanto.

Esta semana, não só por ser já a semana inteira, mas também porque foi a semana de regresso às aulas de dança e dance fitness, é que senti o verdadeiro regresso à rotina, aos horários, ao ram ram do dia a dia.

Ainda assim, há mudanças que já provaram ser positivas e portanto, serão para manter. Estou a entrar mais cedo no trabalho. Como tenho horário flexível, a hora de entrada é entre as 08h e as 10h, a de saída entre as 17h e as 18h. Ora, a lógica é se entrar mais cedo, mais cedo posso sair. Em tempos andava a entrar mais cedo, mas ainda era uma fase que eu permitia que me fizessem ficar no trabalho até tarde e más horas, pelo que andar a entrar às 08h e pouco para sair às 20h deixou de ser praticável. 

Primeiro mudei essa de sair tarde. Não digo que não aconteça, mas é ocasionalmente e só se o trabalho assim o justificar. Por exemplo, na véspera de ir de férias saí perto das 20h. Tinha uma série de processos em mãos que queria deixar fechados em sistema, devidamente arquivados, para que os colegas do atendimento pudessem consultar caso fosse necessário. Justificado e foi uma opção minha. Não foi porque o Sr. Eng.º tal achou que boa hora para trabalhar é depois das 18h, como tantas vezes me chamou a essa hora e eu, burra, ia. 

Demorou eu entender que os limites sou eu que os coloco. Portanto, e sem qualquer tipo de falta de respeito, comecei a mostrar que se entro a uma determinada hora, não tenho de estar, só porque sim, só porque se lembram de mim ao fim do dia para trabalhar e analisar processos. Eu abri os precedentes. Estava nas minhas mãos alterá-los. 

Agora chegou a vez de conseguir acordar mais cedo, chegar mais cedo ao trabalho, e mesmo que na maioria das vezes, em vez de sair até às 17h30, saia às 18h, se não passar disso eu já me dou por muito satisfeita, porque não tenho de andar com o credo na boca e os bofes de fora numa correria para ir onde tenho de ir, sem falhar ou chegar atrasada aos compromissos que assumi. E isto traz-me mais calma, muito menos stress, menos ansiedade e por aí fora, que isto está tudo interligado. 

Mas para acordar mais cedo vem a necessidade de me deitar mais cedo, e esse é o grande desafio. Sou uma pessoa noctívaga, facilmente estou até às 2h da manhã acordada e bem desperta. 

Portanto, novas rotinas, deitar-me no máximo às 23h, ler um bocadinho (nada de telemóvel e redes sociais), e antes da meia noite já estou de luz apagada a dormir, ou quase.

Pequenas mudanças a manter, até porque em poucos dias já vejo os benefícios que me traz, logo, se me faz bem, é para continuar.

E se o novo ano trouxe esta vontade de ir fazendo pequenas mudanças, que trazem grandes benefícios, há coisas que ainda vêm do ano anterior. Como uma mal fadada gripe que apanhei no início de dezembro, já fui duas vezes a médicos, já tomei medicações diferentes, incluindo antibiótico dos potentes, e apesar de ter melhorado substancialmente, a tosse persiste e ando fartinha. 

Além da gripe, ando a recuperar de uma queda que dei e na qual magoei nada mais nada menos que o cóccix. Foi uma queda digna de ver a dignidade de uma pessoa ir pela escada abaixo. O pé escorregou numa escada, revestida a calçada portuguesa, que estava húmida e literalmente desci uns dois degraus de rabo. Vejo agora a vantagem que é ter este bundão, porque me amorteceu muito a queda. Ainda assim o impacto de cair sentada teve repercussões no cóccix, e tenho andado em cuidados. As dores vão diminuindo, mas com o regresso ao exercício físico percebi que ainda vai levar algum tempo até, espero, poder fazer tudo sem sentir dor. Work in progress, muita calma e paciência que isto vai ao sítio.

O que também já aconteceu neste novo ano, ainda tão fresquinho, foi uma discussão com Gandhe, algo que definitivamente marcou pela negativa o ano 2019 e, espero, que não volte a ser uma constante neste ano, até porque a paciência atingiu os limites e se não conseguirmos dar a volta às diferenças, o melhor é ponderar se a relação (que este ano completa os 16 anos) tem ainda motivos para continuar. 

Eu disse que queria que 2020 fosse um ano de cura. E na busca dessa cura, eu vou até onde tiver de ir, e se tiver de deixar algumas coisas ou pessoas pelo caminho, paciência. 

 

07
Jan20

O drama, o horror, a tragédia... vá, menos. A vida como ela é.

Depois deste investimento em casacos, nas mini férias de natal aproveitei a campanha de 50% de desconto na Tiffosi e fui comprar uns jeans para substituir outros que estão prestes a finarem-se (é o que dá a mania de puxar as calças pelas presilhas do cinto... tanto puxa que rebenta). 

Como, por norma, nessa marca estava a vestir o 36 de calças, foi o tamanho que levei para o provador e... o drama, o horror, passar na anca até passavam, depois de alguma ginga, apertar está quieto. Ou então não respirava e podia ser que apertassem. Mas eu não podia respirar.

Ora, vim cá fora e levei umas 38 para dentro. Experimentei, passavam sem puxões e gingas na anca, apertavam sem ter de parar de respirar, assentavam bem e permitiam-me mexer sem sentir que as pernas iam gangrenar ou que ia ter de suster a respiração para o botão não rebentar. De modos que, acima de tudo conforto e bem estar e sa foda o tamanho. 

Em 2018, quando tive a minha crise de identidade com o corpo e as alterações que sofri, isto teria sido motivo para uma crise de angústia, de me sentir gorda, feia e o diabo a sete. Agora, foi com tamanha naturalidade que vesti um 38, senti-me bem, comprei as calças, cheguei a casa e fui ver as outras que tinha com tamanho 36, que pouco vesti. Igualmente sem dramas, separei as ditas cujas para as dar a uma amiga, e voltei à loja para comprar, pelo menos, mais um par de jeans, tamanho 38, whatelse?! 

Ponderei perder a cabeça (e umas dezenas de euros) e ir comprar aquele modelo xpto da marca portuguesa Salsa, as gap não sei das quantas, que supostamente são indicadas para quem tem anca larga e cintura fina, sem que fique aquele espaço aberto na cintura. Mas tinha um vale de 50% para usar na Tiffosi e vai daí, pelo mesmo preço dos jeans da outra marca comprei uns jeans, uma sweat para oferta de natal, e 4 camisolas de malha para o Gandhe. Pelintra mind fashion. E guess what? Os jeans (modelo light push up com cintura média) que me ficaram por 15€ assentam que nem uma luva, e não fica espaço nenhum na cintura... 

E finalmente cá estou eu neste estágio de aceitação. Reaprendi a gostar e aceitar o que vejo ao espelho, seja lá qual for o tamanho. É só um número. E números há muitos... 

Nota: as marcas aqui referidas não patrocinaram qualquer vírgula ou palavra deste post. O único patrocínio foi mesmo a minha conta bancária. 

 

03
Jan20

A Questão Finkler: última leitura de 2019

Acabei ontem, confesso, mas como só faltavam as últimas páginas, vamos considerar ainda uma leitura de 2019. 

Foi penosa, confesso. Li a sinopse e achei interessante. Inevitavelmente criam-se expetativass, para depois levar com um balde de água fria.

É um suposto livro divertido, que aborda o tema dos judeus (religião, cultura, história) de uma formadiretaa, crua e humorística. Só que não. O humor é relativo. E a personagem protagonista é tão chata que dói. Um tipo com 49 anos, que não fez nada de especial na vida a não ser viver obcecado com os judeus, querendo ser judeu a todo o custo. Ao passo que os seus amigos, judeus de nascimento, não fazem propriamente questão de afirmarem a sua identidade judaica, sendo que um, famoso filósofo, até se auto intitula como um judeu envergonhado. E judeus para aqui e judeus para ali, e nada, absolutamente nada contra os judeus, mas toda a obsessão que o protagonista mostra em relação aos judeus, o seu endeusamento, como se ser judeu fosse a porta para a suprema inteligência e felicidade eterna, é só, a meu ver, uma valente seca.

Um livro de filosofia rasca, com um humor muito fraquinho, procura mostrar as várias abordagens ao judaísmo (os crentes fervorosos, os antissemitas, a história do povo, o conflito na Faixa de Gaza, como o mundo vê os judeus, como os judeus se vêem a si próprios, e como acham que o mundo os vê, o peso do Holocausto na sua história enquanto povo), só que é tão aborrecido e confuso que torna a leitura penosa e pouco ou nada agradável. 

Teimosa que sou, li até ao fim... e o fim é ridiculamente parvo: o protagonista que vive obcecado em ser judeu, depois de (quase) o ter sido, volta à sua insignificante vidinha e é o literal "dar uma volta de 360º" - andou, andou, andou e voltou ao mesmo sítio. Afinal, aquilo que tanto ambicionava e idealizava, não correspondeu de todo às suas elevadas (e irrealistas) expetativas. 

Um livro tão aclamado e eu aqui a achar que foi só uma perda de tempo. 

 

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