Leituras de fevereiro: Sara Blaedel
Sara Blaedel está, neste momento, no meu top de preferências de autores de policiais e trhillers. Comecei por ler o best seller As Raparigas Esquecidas, e recordo-me que na altura não fiquei totalmente rendida, mas voltei a dar uma oportunidade à autora. E ainda bem que o fiz.
Em janeiro, aproveitando uma campanha promocional de WOOK, encomendei dois livros da autora. Ambos foram as leituras de fevereiro.
O Trilho da Morte foi devorado em quatro dias. É o segundo volume da série Pessoas Desaparecidas, iniciada com o aclamado As Raparigas Esquecidas. O facto de o ter devorado assim em quatro dias é, por si só, uma evidência de quanto o livro me prendeu desde a primeira página. É intenso, é de cortar a respiração, é de não querer largar só para saber o que vem a seguir. É bom, muito bom. Agarrou-me mais que os outros dois que já tinha lido da autora e veio confirmar que está aqui uma excelente escritora de policiais, muito realista e verosímil, com personagens humanas extremamente reais.
Aposta vencedora na personagem Louise Rick, inspetora policial, que se debate com os seus próprios fantasmas do passado e traumas por resolver, mistérios por desvendar. Neste livro, mais do que descobrir o adolescente que desapareceu na noite do seu 15º aniversário, é descobrir toda a teia de acontecimentos ao longo dos últimos anos que culminaram neste desaparecimento. Mais, é regressar ao passado e desenterrar casos aparentemente resolvidos, descobrir as verdades encobertas por mentiras escabrosas. É a oportunidade de vermos Louise Rick fechar de uma vez por todas um episódio traumático do seu passado, podendo, por fim, fazer o luto que nunca tinha conseguido fazer por nunca ter acreditado no suposto suicídio do noivo.
Mulheres da Noite é o primeiro livro da trilogia Camilla. Há uma analepse e conhecemos Louise e Camilla, amigas, num tempo anterior ao tempo narrativo da série Pessoas Desaparecidas. Nesta altura Louise era uma inspetora da equipa de homicídios. A autora tem o cuidado de enquadrar os factos, e mesmo para quem não tiver lido os livros anteriores publicados, não perde o fio à meada. Numa escrita fluída, mantendo o leitor cativo num suspense bem doseado, assistimos ao desenrolar de investigações policiais de casos aparentemente diferentes que vão convergir num mesmo culpado. O tema central é o tráfico humano e a prostituição, especificamente a exploração da mulher às mãos de traficantes sem escrupúlos que visam apenas e só o lucro, sem olhar a meios para obter os seus interesses e fins.
Consegui controlar mais o ritmo de leitura deste, mas ainda assim, pouco depois de ter passado metade do livro, o ritmo cresceu e foi intensificando-se à medida que se aproximava do desfecho.
E para terem uma ideia de quão realista a autora consegue ser, ao contrário do que seria de esperar, o desfecho não é com a prisão e condenação do principal vilão. Um traficante daquele nível, com o historial que tem, efetivamente é difícil de apanhar, e apesar de identificado e de terem estado muito perto de o capturar, só chegaram ao seu cúmplice, que é deixado para trás a assumir toda a responsabilidade dos crimes cometidos. Talvez, e como é uma trilogia, este vilão apareça mais à frente para vermos justiça ser feita. É que, apesar de não ser o desfecho a que estamos habituados na ficção literária, o livro não desilude, mesmo pela carga realista que comporta.
Uma autora a seguir, sem dúvida. Na minha lista de próximas aquisições já estão os volumes seguintes, entretanto publicados.