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Estórias na Caixa de Pandora

Estórias na Caixa de Pandora

26
Jul21

Notas soltas

Ontem fez um ano que recebi um telefonema do meu pai. Pedia que o levasse ao hospital que não aguentava mais. Há um ano que o vi sair de casa pelo seu pé, ainda que muito enfraquecido, e não voltou a entrar. Sinto que esta semana vou estar em loop a reviver pelas memórias tão frescas todo o processo desde que ele entrou nas urgências, foi ao bloco operatório, houve um vislumbre de esperança que ia ficar bem, para haver uma recaída sem retorno. Segunda ida ao bloco operatório, de onde saiu em coma induzido, para não mais acordar. Foram dias numa contagem decrescente angustiante, em que ouvia o que a equipa médica ia dizendo de todo o quadro clínico, até vir a sentença final. As memórias são tão frescas como se tivesse sido há um mês e foi há exatamente um ano. E um ano parece tão pouco tempo e, simultaneamente, uma enormidade de tempo. Misturam-se cá dentro estas diferentes perceções do tempo, que é ele igual e si próprio, impávido e sereno, implacável na sua passagem. É só tão parvo este reviver de algo tão doloroso, que já passou, já foi, nada pode mudar, é aceitar e seguir em frente, honrando a memória e a vida, que foi como foi, como tinha de ser. E ao mesmo tempo parece inevitável este reviver, lembrando o dia do mês, o dia da semana, e até as horas em que falei com ele, ou com a equipa médica, dias após dia, o que me iam dizendo e como tudo se foi desenrolando num fatalismo inelutável. 

 

Estou em contagem decrescente para as férias. Daqui a uma semana espero estar no meu pequeno paraíso, refúgio junto ao mar, a respirar e curar a alma, a parar o tempo e ficar suspensa nessa paz e tranquilidade que aquele sítio me traz. Só quero atirar os biquínis (e fatos de banho) para dentro da mala, juntar uns vestidos soltos e as havaianas e seguir, leve e solta.

 

Por falar em biquínis... finalmente ganhei coragem (não, foi mesmo aproveitar a pelintrice de um desconto de 40%) e comprei um biquíni Ros Lisbon. Foi devolvido esta manhã. É muito bonito na modelo magra, com 1,70 de altura. Num metro e meio de gaja roliça, com curvas generosas e anca boa para kizomba, o dito cujo fica só estranho. Paciência. Tirei as teimas. 

 

Tenho andado às voltas a pensar na minha vida profissional. Cada vez mais insatisfeita com o trabalho, ando com umas ganas de bater com a porta e virar as costas. Só que não é tão simples assim, e sem ter plano B ou C, fica só muito irracional e irresponsável simplesmente virar costas e depois?  Depois "mais nada, nem sol nem madrugada" (lembrei-me da música, deixai lá estes pobres e queimados neurónios). A pandemia veio revelar o pior das pessoas e ando, acima de tudo, farta de muitos dos exemplares da espécie humana com quem me cruzo no dia a dia. Era pegar nelas e mandá-las para a ilha do Santo Caralhinho. Só com bilhete de ida. Nada a agradecer.

 

Vi a série Sex Life. Curiosamente, não foi por ter lido sobre ela nas internetes, foi mesmo a minha terapeuta que me falou da série e me recomendou ver, sob o ponto de vista da abordagem sistémica. Gostei muito da série. É uma série em camadas. Pode-se ficar na superfície e desfrutar de boas cenas de sexo, bem mais escaldantes e inspiradoras que as 50 sombras de Grey (é que nem tem comparação), devidamente contextualizadas numa história de quase triângulo amoroso, pode-se encarar como a crise de identidade de uma mulher na casa dos 40 (ou lá perto), que acabou de ser mãe pela segunda vez, que vive num casamento absolutamente perfeito e seguro, aquele que todas desejam e sonham, só que há algo que falta... e aqui, comum à grande maioria dos mortais, vemos a rotina e a relação a ser vivida como um dado adquirido a levantar dúvidas e questões (levante o dedo quem, a dado momento, também não as teve... poderá a vida ser só isto? Sendo que o "só isto" não é necessariamente mau, contudo, quer-se mais). Ou pode-se ir descascando as camadas e ir mais profundo na interpretação da história das personagens. O peso do passado, os traumas que vêm das relações familiares, condicionam comportamentos e levam a repetição de padrões, o respeito pela privacidade do outro, a aceitação da vida, que foi como tinha de ser e só assim se chegou onde chegou (em vez de ter ciúmes dos ex's, aprender a aceitá-los, pois foi por eles terem existido na vida que foi possível vir o seguinte e formar-se aquela família), e outras questões que, agora, tenho ferramentas que me fazem estar mais atenta e ir mais fundo na visão de certos temas e assuntos. Portanto, não é uma série apenas sobre os dramas de uma dona de casa entediada e com saudades do sexo intenso e escaldante que teve na juventude, é muito mais que isso. 

 

Na quinta levei a 2ª dose da vacina Covid. Se na 1ª fui toda cagunfas e fiquei apenas com dores no braço onde fui picada, na 2ª fui toda confiançuda e levei com uma pedreira inteira de sono, ainda gostaria de perceber como não fiquei com QWERTY marcado na testa (sim, porque aqui a pessoa é responsável e tal e veio trabalhar mesmo estando toda fodida... é que reconhecem muito esses sacrifícios, uiiiiii), seguido de umas dores de cabeça e dores de corpo que imagino serem semelhantes às de alguém que foi atropelado por uma manada de javalis em fúria. Depois de dois benurons no bucho e algum repouso, no sábado acordei bem, sem sinais de sintomas. 

 

Calha que na sexta foi o aniversário do namoro. 17 anos depois, 10 kgs a mais e eis-nos a jantar numa agradável esplanada com vista para a Ria de Aveiro, noite que terminou cedo, cortesia da pandemia, na farmácia de serviço mais próxima a comprar Benuron, para mim que ainda tinha um resquício de sintomas da vacina, para ele que anda com uma contratura no pescoço e uma inflamação no tendão que lhe provoca dores e mal estar. A ternura dos 40. Ou como estamos a envelhecer juntos. Com muitos trancos e barrancos pelo meio, e ainda, por ora, juntos. Os 17 já somaram. A ver se chegamos à maioridade para ir beber um copo 

 

 

20
Jul21

O Yoga e eu

Cronica_Yoga.JPG

Artigo completo aqui, revista Saber Viver

 

Houve um tempo em que eu olhava para o yoga e achava que não era para mim. E não era. Naquele tempo. Demasiado parado e eu precisava de gastar energia em coisas mais mexidas, não tinha paciência, não tinha flexibilidade, e outras inúmeras coisas que me passavam pela cabeça. Havia aulas de yoga na escola de dança que frequento, e não me faltaram oportunidades e convites para experimentar. Adiei sempre.

No confinamento dei uma oportunidade ao yoga. E havia algo diferente. Em mim. Comecei a apreciar muito mais os movimentos fluídos que respeitam o corpo em vez de o estar a esforçar para além dos limites em aulas de cardiofitness, nos moldes de 40 segundos em modo intensivo a fazer um exercício e 10 segundos de repouso. Repetia. Várias Séries. Múltiplas dores musculares. Um andar novo. Ou não andava de todo. 

No yoga aprendi a respirar. A centrar-me. A estar presente e focada. A parar. A aceitar os limites. A perceber que os limites são diferentes todos os dias e está tudo bem. A viver o momento, o aqui e agora, ir até onde eu posso naquele momento e está tudo bem. Respeitar os limites. Ir conquistando aos poucos, estendendo esses limites, com todo o respeito pelo corpo. Sem forçar. Sem rasgar músculos e ficar com dores durante dias.

O yoga tornou-se muito mais que uma forma de exercitar o corpo. Tornou-se muito mais do que exercitar o corpo. E por isso não me faziam sentido as publicações que via no Instagram de posições dignas de contorcionistas chinesas nos Jogos Olímpicos. E ontem encontrei o artigo acima mencionado e identifiquei-me com cada vírgula. O yoga é uma prática de autocuidado, é um hábito de amor-próprio. É isto. É tão isto. E sorri para mim ao ler o artigo, por saber que estou no meu caminho, não há certos ou errados, há o caminho que cada um escolhe para si. E o meu é este, o yoga como um dos meus momentos de autocuidado, pessoal e privado, uma das ferramentas usadas no meu desenvolvimento pessoal, na procura do meu equilíbrio interior. O bem estar que sinto por dentro é visível por fora. 

 

14
Jul21

Ponto de vista do utilizador

Estou aqui com cócegas nos dedos para libertar uns quantos "what the fuck" que me surgiram durante a hora de almoço, quando entre uma garfada de salada e uma dentada numa coxinha chicken style (é o que dá andar viciada em vídeos de compras de supermercado que brotam como cogumelos no YouTube), ia pondo o olho no Instagram. 

Eu não sou digital cenas especialistócoiso. O que vou escrever é meramente a minha opinião, ponto de vista do utilizador, aquele ser comum, banalíssimo, do mais ordinário que podem imaginar, que vegeta nas redes sociais quando coloca o cérebro em modo pausa (nem sempre consegue, mas é o objetivo). 

Ora bem, qual é o sentido das redes sociais, especificamente Instagram pois é lá que vejo estes fenómenos? Publicar cenas da sua vidinha. É assim uma espécie de reality show, com muito show e pouco reality. Uma cena de real life in real time (quase, ou é um pouco a intenção). Regra geral, quem publica um prato de comida que fez em casa ou comeu num qualquer restaurante, a foto é recente e não de há três meses atrás. Portanto, se eu vejo influencers a apanhar o avião significa que estão a ir de viagem e as publicações seguintes (fotos, stories, you name it) serão da viagem, certo? É a expetativa criada nos seguidores. Exemplo, algumas bloggers / influencers que sigo estão de férias e as fotos são das férias, dos passeios, das piscinas, etc. Vê quem quer, passa à frente se não interessa. Fulana está na Madeira, ah que cascata tão gira, ah que flores tão bonitas. Beltrana está nos Algarves, passa à frente, que não tarda vou eu. 

Agora, há uma certa influencer na praça que eu sigo, imagine-se, apenas e só porque é de Aveiro e é giro ver nas redes sociais cenários da minha amada cidade. A influencer em si faz-me revirar os olhos (juro, não consigo apreciar o conteúdo da personagem). Foi o grande WTF de hoje. Então publica stories a entrar num avião coajamigas para uma despedida de solteira, e três stories depois (atirei o três ao calhas, tá, não me dei ao trabalho de contar) publica uma foto estupidamente verosímil (SÓ QUE NÃO) de bicicleta, numa das ruas da cidade, com um solar como cenário, vestida com um macacão cheio de folhos e cenas (andar de bicicleta com aquilo deve dar cá uma saúde aos entrefolhos) e o conteúdo é (rufem tambores)... para ter mais tempo para passear de bicicleta, faz as compras no Continente Online. 

Silêncio... som de grilos ao fundo...

Foda-se! Que coerência de publicações é esta? Dá até a impressão que saiu do avião só para ir ali posar para a foto publicitária, que isto de ir de viagem é preciso ter uns trocos para comprar uns ímanes para o frigorífico. 

Já nem falo da pub em si que é tão absurda e ridícula, que a minha inteligência não atinge. Mas quem sou eu? Se a Sonae paga por merdas destas, problema do departamento de marketing. Assim como assim nem sou cliente do Continente, e definitivamente não é este tipo de pub que me torna cliente. 

 

 

Nota: os tais vídeos de compras de supermercado nos quais ando meia viciada, guardarei para outro post, quem sabe. Não sigo ninguém em concreto, mas bastou por curiosidade ver um ou outro vídeo sobre Mercadona, quando abriu por estes lados, para ter uma ideia dos produtos e respetivo feedback. Agora é um tal de me aparecerem vídeos destes nas sugestões do Youtube. E eu vou ver, pois claro, que aqui a criatura vai ao supermercado e gosta de saber novidades e cenas que valem a pena experimentar, nomeadamente na área alimentar e limpezas. E foi assim que já descobri produtos com excelente relação qualidade / preço e é assim que me desgraço a acrescentar à lista de compras coisas novas para comer. Até ver ainda não vi nenhum vídeo cuja Youtuber estivesse em cima de uma bicicleta no meio da rua, a mostrar as compras que fez online e assim ganhou tempo para passear na sua bicicleta de Barbie. 

07
Jul21

A hipocrisia das redes sociais

Há umas semanas atrás estive a cuscar o site da Shein, secção swimwear.

Coincidência ou não, na mesma altura apareceu-me nas sugestões do Youtube um vídeo, acabadinho de publicar, de uma (creio) youtuber nacional no qual experimentava e dava o feedback de bikinis comprados no Aliexpress. Fui ver pela curiosidade de perceber qual seria a opinião e como vestiam estes bikinis comprados por via destas plataformas de vendas online.

Se venho falar do que achei dos ditos bikinis? Nem por isso. Talvez o facto de não ter voltado a ir espreitar e tão pouco arriscar uma encomenda fale por si.

O que me fez uma espécie de reação visceral ao dito vídeo foi a youtuber em apreço pedir desculpa aos seus seguidores e pedir a sua compreensão porque não estava na sua melhor forma física, que se encontra em processo e emagrecimento e portanto, "pessoal, tenham lá calma com as críticas que eu sei que não estou no meu melhor" (parafraseando).

E só me passou assim uma coisa pela cabeça...

A sério? A sério??? Não é suposto andarmos nesta luta para derrubar estereótipos e padrões de beleza absurdos e irrealistas, louvar a beleza dos corpos, seja qual for o tamanho que vestem ou a forma que têm?

É esta puta desta hipocrisia das redes sociais que me tem afastado de lá. Cansada de ler ou ouvir discursos apologistas do bem estar emocional e mental, amor próprio, respeito por si própria, aceitação e o camandro, para depois as mesmas oradoras publicarem as suas fotos e stories dos seus corpos esculturais, em posições de yoga em que o 3º olho deixou de estar entre as sobrancelhas para estar entre as nádegas (normalmente acompanhado do peach emoji, que claramente não é uma alusão à fruta mas às nádegas firmes e hirtas). E as que não têm os corpos esculturais dignos do peach emoji, pedem desculpa e justificam que estão em processo de perda de peso. Ora fodeibos!!!!!

E lembrei-me de partilhar esta publicidade da Dove, que é tão crua e real, para lembrar que está nas nossas mãos inverter os danos que a pressão das redes sociais e os padrões ridículos de beleza causam na autoestima de todos(as) nós. Um grande basta a isto de termos de caber todos dentro do mesmo molde. Não somos "ovelhas Dolly". Não somos feitos numa linha de montagem, moldados dentro do mesmo espartilho.

E não será esta enorme diversidade de tamanhos e formas a beleza da nossa espécie?

 

 

01
Jul21

A coragem (ou loucura) de ser diferente

ovelha_negra.jpg

Nos últimos meses vi-me num papel onde nunca me tinha imaginado. Tive de assumir o lugar do meu pai na questão das partilhas da herança indivisa após a morte do meu avô. O meu pai deixou tudo preparado e assinado. Tinha contratado uma nova advogada para tratar do assunto, já que o advogado do meu avô assobiou para o lado e fez-se de esquecido. O meu pai andava muito ansioso e inquieto para resolver as coisas com o irmão. E morreu antes de sequer conseguir que o irmão se pronunciasse sobre o assunto.

Eu consegui sentar-me com o meu tio. E conversámos muito. E partilhámos muitas histórias. E ficámos a saber de coisas que não sabíamos. E emocionámo-nos muito. E ouvi o meu tio falar de arrependimento, daquele arrependimento de quem viveu muitos anos nas suas crenças sem se aperceber que a verdade nunca é absoluta, que há diferentes perspetivas, que há nuances da história que ficam entrelinhas ou deliberadamente escondidas. Aquele arrependimento de quem percebe que houve tanta manipulação das verdades, que houve afastamentos que foram provocados e alimentados, que houve intrigas e mal entendidos que teriam sido completamente evitados se tivesse havido espaço para diálogo.

Eu disse ao meu tio que estávamos a conseguir fazer algo que nesta família nunca tinha sido feito: conversar. Encontrar um entendimento. Encontrar paz.

O meu tio emocionou-se quando percebeu e viu documentadas as vontades férreas do pai dele, de como ele jogou com a vida dos filhos como quis e lhe apeteceu. O meu tio emocionou-se quando percebeu que os últimos meses de vida do irmão, o meu pai, foram dedicados a procurar compensar o irmão pela desigualdade provocada pelo pai deles. E vi o reconhecimento no seu rosto quando lhe disse que eu pretendia manter o que era vontade do meu pai, porque concordava com ele, porque era o que podia ser feito para tentar equilibrar o fosso criado pelo próprio pai entre os irmãos. E tudo corria bem com o meu tio até ele perceber que, sendo casado, a esposa teria de ir assinar documentação, escrituras. E começaram os problemas em casa dele.

Entretanto deixou de atender o telefone à advogada. E a mim.

Eu não quero problemas, ou tão pouco arranjar problemas em casa dele, no seio da família dele. Mas vejo-me com assuntos para tratar onde ele tem de ser chamado à sua responsabilidade, como herdeiro do meu avô, atualmente "cabeça de casal" da herança, já que é o único descendente direto vivo. Esbarro no silêncio, na fuga, sempre o caminho mais fácil, o fechar a porta e fingir que não ouve a campainha.

Nesta família sempre me senti diferente. Uma espécie de ovelha negra, constantemente criticada e apontada pelas diferenças que tinha e me afastavam do clã e das suas características e dinâmicas. E agora sou eu, a ovelha negra, que, em prantos, enterra e honra os que já partiram, que se vê a braços com tomadas de decisão que não deveriam ser apenas e só minhas.

 

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