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Estórias na Caixa de Pandora

Contém merdas que não te interessam...

Estórias na Caixa de Pandora

Contém merdas que não te interessam...

22
Fev23

39/365

Era uma tarde quente de início de setembro. Sábado. A praia tinha a agitação de um verão que se estendia pós férias. Ela chegou sozinha. Arrancou para a praia e esperou lá pela amiga que se ofereceu para companhia (e não só). Percorreu o areal absorta, desligada de todo o burburinho alegre que ecoava pela praia. Parou perto da água. Deixou cair o saco, despiu o vestido e entrou na água, sem qualquer hesitação. A dor era por demais profunda e procurava, a qualquer custo, anestesiá-la. Um mergulho, depois outro, e assim foi mergulhando, cansando o corpo e misturando as lágrimas com a água salgada. 

Voltou para o sítio onde havia deixado o saco caído. Estendeu a toalha e sentou-se, frente à imensidão do mar, contemplando o vazio que se abrira na sua vida. Colocou os phones para se isolar das conversas intercaladas com risos. A alegria que pulsava à sua volta fazia ricochete na profunda solidão que sentia. Ligou música no telemóvel e ouviu...

Eu já fui assimTão focado em mimSem querer conselhos de ninguém
Fiz das nuvens larSaltei sem olharCrendo que no fim sairia tudo bem
Fiz bandeira de um velho ditadoMelhor só que mal acompanhadoNem pensava em apoiar os pés no chãoOlá, solidãoOlá, solidão
Eu tinha um lugar com vista para o marQue ninguém chegou a conhecerVoei rente ao céuTudo era só meuE o que ainda não era iria ser
Olho em volta agora estou sozinhoNão liguei às placas do caminhoNem parei pra perguntar a direção
Olá, solidãoOlá, solidãoOlá, solidãoOlá, solidão
Fiz bandeira de um velho ditadoMelhor só que mal acompanhadoNem pensava em apoiar os pés no chão
Olho em volta agora estou sozinhoNão liguei às placas no caminhoNem parei pra perguntar a direção
Olá, solidãoOlá, solidãoOlá, solidãoOlá, solidão
Eu já fui assimTão focado em mimSem querer conselhos de ninguém
 
... e ouviu, e ouviu, em loop repetido como mantra que embalava a dor que a submergia. 
De olhos perdidos na imensidão do mar, de coração estilhaçado pairando num abismo, simplesmente chorou na sua solidão.
 
Meses mais tarde, teve a oportunidade de resignificar a música que foi embalo e grito de dor. No concerto da banda, ao vivo num estádio, no meio de uma multidão, ouviu novamente aquela letra, já não sozinha, mas de mão dada. O coração ia-se curando, do vazio veio a esperança, do abismo a persistência no caminho que sabia querer trilhar. 
E agora, sempre que a ouve, recorda-se daquela tarde quente de início de setembro, de como os fins trazem (re)começos. De como de grandes e profundas dores vêm forças que se desconhecia ter. 
 
22
Fev23

38/365

O que mais gostei no Carnaval?

Ter sido feriado. 

Fantasiei-me de anónima e procurei um local onde não houvesse festejos carnavalescos. Foi muito fácil, a sério.

Daqueles acasos espetaculares, encontrámos uns amigos onde fomos almoçar e acabámos a passar a tarde todos juntos, em animadas conversas e amena cavaqueira. Se tivéssemos combinado, não teria corrido tão bem. 

Agora o que custa é, na mesma semana, ter duas segundas feiras.

 

13
Fev23

34/365

Ontem, ao ir ao Hospital Veterinário para a dose diária de antibiótico por via intravenosa, não ouvia o Patinhas. Cheguei a pensar com os meus botões se teria efetivamente colocado o gato na transportadora. 

 

09
Fev23

33/365

Com o problema de saúde do Patinhas, agora há medicação diária a administrar. Por via oral. Este fim de semana houve mais um episódio que o levou a ir de urgência para o Hospital Veterinário, três dias de internamento. Teve alta e veio com dois antibióticos para tomar, de 12 em 12 horas. Via oral. Comprimidos. Pelo menos durante 10 dias.

Ao segundo dia já me apetece trepar paredes, arrancar cabelos e espetar um garfo nos olhos. 

Depois vejo tutoriais destes e penso que a minha sorte é morar num RC. Saltar janela fora não será um grande estrago. O mesmo é válido para o gato 

08
Fev23

32/365

Grupos de Facebook. Daqueles em que a ideia é pedir dicas, sugestões, recomendações. Por exemplo: um serviço de canalizador, ou recomendações sobre o melhor frango de churrasco da zona X. Ou por exemplo, como uma publicação que vi ontem, na localidade Y se alguém sabe se há aulas de yoga ou pilates. E depois vêm as respostas. Ahhh as respostas. Pegando no exemplo que acabei de dar, as respostas eram uma panóplia de sugestões. Pena que quase nenhuma seja no enquadramento geográfico solicitado. 

É quase como perguntar onde se pode comer uma boa francesinha na cidade do Porto, e uma alminha recomenda um determinado sítio em Braga. 

 

07
Fev23

31/365

Entre fases em que estava consistente e fases em que parei por completo, o yoga começou a fazer parte dos meus dias e do meu ritual de autocuidado. Noto quando passo dias sem praticar 5 minutos que seja. É mesmo verdade. O corpo dá sinais ao fim de uns dias em que não vou ao tapete. E é o suficiente fazer uns alongamentos sincronizados com a respiração (exemplo é a sequência conhecida por saudação ao sol, da qual pode haver difentes versões). O suficiente para sentir logo outra leveza nos ombros, na postura geral do corpo. O suficiente para acalmar. A respiração consciente é um eficaz recurso para nos trazer ao presente e acalmar as emoções e os pensamentos em loop.  

Estou numa fase de ser consistente. Encontrei no Instagram um desafio de 10 minutos de yoga em 28 dias e aderi. Tão bom! Ainda não estou a fazer todos os dias, e ontem por exemplo, para colocar as práticas em dia, segui os últimos 4 vídeos, dos últimos 4 dias. Foram pouco mais de 40 minutos em movimentos fluídos, seguindo o ritmo da respiração. No fim, no momento do relaxamento, a magnífica sensação de me terem saído algumas toneladas de cima. 

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