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A minha terapeuta/formadora de desenvolvimento pessoal em sistémica partilhou esta frase hoje, nas suas redes sociais.
Esta semana recebi um comentário aqui no blog sobre o eu ter voltado à escrita mais regular.
E sim, estou a escrever com mais regularidade precisamente para libertar as emoções. As que sufocam e as outras.
O blog para mim sempre foi este espaço de registo em formato "diário": registo de sentimentos, pensamentos, opiniões, experiências, registo para a posteridade dos meus dias, desde banalidades dos dias comuns a momentos especiais que ficam gravados na memória.
Contudo, e aqui confesso, no blog o que escrevo é para ser publicado e lido por alguém. Inevitavelmente coloco filtros na escrita. E há textos meus, em que não coloquei filtros, que não saíram dos rascunhos. Demasiada dor, demasiada raiva, demasiado pessoal e sujeito a julgamento alheio (o que dispenso, obrigada).
No início de agosto tomei consciência de que ainda há raiva dentro de mim. No amor que foi tão ferido. E essa raiva estava ali, camuflada no "está tudo bem". EU FINGI ESTAR TUDO BEM - disse a mim própria para trazer à tona esta raiva que ainda me sufoca. E preciso canalizá-la. Transmutá-la.
Hoje, inspirada pela partilha da minha terapeuta/formadora, fui até ao Lidl e comprei um caderno que está em folheto: Os Meus Momentos Favoritos. Tem mandalas e desenhos ao longo das folhas para ir colorindo. E eu descobri o quanto adoro pintar mandalas, como me relaxa, me acalma, me faz entrar naquele estado meditativo e de concentração. Como me coloca num espaço neutro, isento de pensamentos saltitantes e emoções galopantes. Este caderno junta o útil ao agradável, serve para escrever, serve para pintar. E há anos que não comprava um caderno para escrever. Quer dizer, quando iniciei terapia tinha um caderno para escrever (e muito) de acordo com os exercícios de psicoterapia. E fez-me tão bem, por muito que doesse, libertar tudo o que libertei no papel.
Agora olho para o caderno e só me apetece pintar. Ainda sinto um certo bloqueio perante a folha branca. O que começar a escrever? Por onde? Um caderno tão bonito para descarregar raiva? Rio-me das minhas próprias parvoíces. E registo, mentalmente, que na próxima segunda feira vai estar no Lidl um conjunto de 24 marcadores de ponta fina, perfeitos para colorir mandalas. Até lá posso ficar-me por manda(-)la (a raiva) à merdinha. Só está a prender-me a um passado que já passou. Já foi. Nada pode ser mudado lá atrás.
Seguir em frente é o caminho da Vida. E posso escolher libertar-me do excesso de peso da bagagem do Passado. Ou continuar a carregá-lo, qual bola de chumbo no tornozelo de um condenado.
Escolho seguir leve.