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Estórias na Caixa de Pandora

Estórias na Caixa de Pandora

14
Jun20

Hora de regressar

Três meses. Os últimos três meses foram um desafio constante, a vários níveis: pessoal, profissional, familiar, emocional.

Amanhã regresso ao local de trabalho. Amanhã retomo as aulas de dança. Quer um quer outro estarão diferentes dadas as circunstâncias, mas já se sabe que desde há três meses que o mundo tal como o conhecemos deu uma volta de 180º. As rotinas como as conhecíamos mudaram, sofreram ajustes, readaptaram-se aos novos tempos, às novas necessidades e cuidados.

Estou feliz por voltar.

Estar permanentemente em casa foi um desafio com altos e baixos, com pontos positivos e negativos, com vantagens e desvantagens. 

Agora é hora de regressar ao trabalho de uma forma mais próxima do normal que conhecia há três meses atrás e estou tranquila, aliviada e sedenta de voltar a pôr o pé no mundo lá fora e sentir que a minha casa é o meu ponto de refúgio e não a minha prisão. Voltar a ter este equilíbrio de ter os meus espaços devidamente separados: casa é casa, trabalho é trabalho. 

O que mudou nestes três meses?

Eu.

E como este caminho de transformação e autoconhecimento é difícil de fazer, tomei a difícil (para mim) decisão de procurar ajuda profissional. Já comecei a trilhar o caminho sozinha, com auxílio da prática de Yoga, de meditação. Quero mais, preciso de mais. Acima de tudo sei que preciso de ajuda e orientação neste percurso de autoconhecimento. Porque sei que será difícil, duro de enfrentar, duro de digerir... e por isso o tenho evitado e vou recorrendo a pensos rápidos para ir aguentando. Chega de pensos rápidos. 

O ano 2019 foi mau. Escrevi várias vezes sobre isso por aqui. 2020 chegou com a minha promessa de procurar a minha cura. Ironicamente um vírus atirou o mundo para um isolamento social e fez a vida parar. E se calhar era mesmo isso que precisava(mos). De parar. De ter tempo para olhar para dentro de mim, para a minha vida, sem interferências exteriores que servem sempre de desculpa para ligar o piloto automático, enfiar a cabeça na caixa de areia e deixar rolar porque tem de ser. Se quero mudar, tenho de fazer diferente. Se preciso de ajuda e orientação, então que seja. 

Coincidência ou não (eu acho que não), estou eu há duas semanas a dar os meus primeiros passos (pequeninos) neste processo de cura interior, de autoconhecimento, quando esbarro com uma página de Instagram e subsequentemente o canal de YouTube. E fico ali a explorar e a deixar-me envolver. Quis o acaso que me cruzasse com o que poderá ser a ajuda que preciso? Seja... vou embarcar neste desafio, nesta viagem. 

Respiro fundo. 

Amanhã será o dia de regressar ao mundo e sair desta bolha. Que seja a metáfora para um renascer, o primeiro dia de uma nova fase, uma fase de mudança. Espero que de conquistas também. 

 

17
Fev20

Ca put@ de neura

Uma pessoa anda na merda e tudo acontece. 

Não sei que raio se passou com a última coloração de cabelo, em três semanas tenho o cabelo às manchas e cor de rosa em alguns sítios. Tento arranjar vaga ASAP na cabeleireira... Tinha para dia 21, mas eu não posso que tenho uma consulta médica à hora da vaga. Ora então, só dia 26...  (lado positivo, se quiser posso fantasiar-me de Harley Quinn no Carnaval). 

Tenho manutenção das unhas esta quinta. O que acontece? Tenho a unha do polegar partida até meio (e usar collants está a ser uma verdadeira aventura). Ligo para a moça que me arranja as unhas, afinal eu já a desenrasquei outras vezes a trocar com outras clientes dela. Mas não. Não há vagas, não há trocas. Aguenta até quinta. 

Aquela merda da lei do retorno é um grande mito urbano, não é?! É que, foda-se, estou a colher o que outro cabrão qualquer andou a semear e meteu na minha conta, só pode!!!!

 

15
Jan20

...

A chuva voltou. O céu está cinza. A luz sombria. Sombria também eu estou. 

Algo incomoda-me. Aquele aperto no peito, uma sensação estranha, um arrepio. Um nó na garganta. Uma vontade de chorar, só porque sim. Para aliviar, talvez.

Coloquei os phones, ouço Hans Zimmer no Spotify e tento concentrar-me no trabalho. Contudo, este aperto não desaparece. 

Não sei se isto é uma das minhas fortes intuições (quase premonições), que ainda não consegui perceber, ou se será o início de uma crise de ansiedade (que já não tenho faz tempo)...

Vim aqui escrever numa tentativa de aliviar a pressão. As palavras saem-me sem sentido. E a sensação de aperto intensifica-se...

10
Jan20

O regresso à rotina

Só esta semana é que senti o verdadeiro regresso à rotina, depois de uma pequena pausa e das festividades.

Ainda que tenha regressado ao trabalho no dia 02, a verdade é que a semana de trabalho foi mini, chegar num dia e no dia seguinte já ia de fim de semana. Assim nem custou tanto.

Esta semana, não só por ser já a semana inteira, mas também porque foi a semana de regresso às aulas de dança e dance fitness, é que senti o verdadeiro regresso à rotina, aos horários, ao ram ram do dia a dia.

Ainda assim, há mudanças que já provaram ser positivas e portanto, serão para manter. Estou a entrar mais cedo no trabalho. Como tenho horário flexível, a hora de entrada é entre as 08h e as 10h, a de saída entre as 17h e as 18h. Ora, a lógica é se entrar mais cedo, mais cedo posso sair. Em tempos andava a entrar mais cedo, mas ainda era uma fase que eu permitia que me fizessem ficar no trabalho até tarde e más horas, pelo que andar a entrar às 08h e pouco para sair às 20h deixou de ser praticável. 

Primeiro mudei essa de sair tarde. Não digo que não aconteça, mas é ocasionalmente e só se o trabalho assim o justificar. Por exemplo, na véspera de ir de férias saí perto das 20h. Tinha uma série de processos em mãos que queria deixar fechados em sistema, devidamente arquivados, para que os colegas do atendimento pudessem consultar caso fosse necessário. Justificado e foi uma opção minha. Não foi porque o Sr. Eng.º tal achou que boa hora para trabalhar é depois das 18h, como tantas vezes me chamou a essa hora e eu, burra, ia. 

Demorou eu entender que os limites sou eu que os coloco. Portanto, e sem qualquer tipo de falta de respeito, comecei a mostrar que se entro a uma determinada hora, não tenho de estar, só porque sim, só porque se lembram de mim ao fim do dia para trabalhar e analisar processos. Eu abri os precedentes. Estava nas minhas mãos alterá-los. 

Agora chegou a vez de conseguir acordar mais cedo, chegar mais cedo ao trabalho, e mesmo que na maioria das vezes, em vez de sair até às 17h30, saia às 18h, se não passar disso eu já me dou por muito satisfeita, porque não tenho de andar com o credo na boca e os bofes de fora numa correria para ir onde tenho de ir, sem falhar ou chegar atrasada aos compromissos que assumi. E isto traz-me mais calma, muito menos stress, menos ansiedade e por aí fora, que isto está tudo interligado. 

Mas para acordar mais cedo vem a necessidade de me deitar mais cedo, e esse é o grande desafio. Sou uma pessoa noctívaga, facilmente estou até às 2h da manhã acordada e bem desperta. 

Portanto, novas rotinas, deitar-me no máximo às 23h, ler um bocadinho (nada de telemóvel e redes sociais), e antes da meia noite já estou de luz apagada a dormir, ou quase.

Pequenas mudanças a manter, até porque em poucos dias já vejo os benefícios que me traz, logo, se me faz bem, é para continuar.

E se o novo ano trouxe esta vontade de ir fazendo pequenas mudanças, que trazem grandes benefícios, há coisas que ainda vêm do ano anterior. Como uma mal fadada gripe que apanhei no início de dezembro, já fui duas vezes a médicos, já tomei medicações diferentes, incluindo antibiótico dos potentes, e apesar de ter melhorado substancialmente, a tosse persiste e ando fartinha. 

Além da gripe, ando a recuperar de uma queda que dei e na qual magoei nada mais nada menos que o cóccix. Foi uma queda digna de ver a dignidade de uma pessoa ir pela escada abaixo. O pé escorregou numa escada, revestida a calçada portuguesa, que estava húmida e literalmente desci uns dois degraus de rabo. Vejo agora a vantagem que é ter este bundão, porque me amorteceu muito a queda. Ainda assim o impacto de cair sentada teve repercussões no cóccix, e tenho andado em cuidados. As dores vão diminuindo, mas com o regresso ao exercício físico percebi que ainda vai levar algum tempo até, espero, poder fazer tudo sem sentir dor. Work in progress, muita calma e paciência que isto vai ao sítio.

O que também já aconteceu neste novo ano, ainda tão fresquinho, foi uma discussão com Gandhe, algo que definitivamente marcou pela negativa o ano 2019 e, espero, que não volte a ser uma constante neste ano, até porque a paciência atingiu os limites e se não conseguirmos dar a volta às diferenças, o melhor é ponderar se a relação (que este ano completa os 16 anos) tem ainda motivos para continuar. 

Eu disse que queria que 2020 fosse um ano de cura. E na busca dessa cura, eu vou até onde tiver de ir, e se tiver de deixar algumas coisas ou pessoas pelo caminho, paciência. 

 

07
Jan20

O drama, o horror, a tragédia... vá, menos. A vida como ela é.

Depois deste investimento em casacos, nas mini férias de natal aproveitei a campanha de 50% de desconto na Tiffosi e fui comprar uns jeans para substituir outros que estão prestes a finarem-se (é o que dá a mania de puxar as calças pelas presilhas do cinto... tanto puxa que rebenta). 

Como, por norma, nessa marca estava a vestir o 36 de calças, foi o tamanho que levei para o provador e... o drama, o horror, passar na anca até passavam, depois de alguma ginga, apertar está quieto. Ou então não respirava e podia ser que apertassem. Mas eu não podia respirar.

Ora, vim cá fora e levei umas 38 para dentro. Experimentei, passavam sem puxões e gingas na anca, apertavam sem ter de parar de respirar, assentavam bem e permitiam-me mexer sem sentir que as pernas iam gangrenar ou que ia ter de suster a respiração para o botão não rebentar. De modos que, acima de tudo conforto e bem estar e sa foda o tamanho. 

Em 2018, quando tive a minha crise de identidade com o corpo e as alterações que sofri, isto teria sido motivo para uma crise de angústia, de me sentir gorda, feia e o diabo a sete. Agora, foi com tamanha naturalidade que vesti um 38, senti-me bem, comprei as calças, cheguei a casa e fui ver as outras que tinha com tamanho 36, que pouco vesti. Igualmente sem dramas, separei as ditas cujas para as dar a uma amiga, e voltei à loja para comprar, pelo menos, mais um par de jeans, tamanho 38, whatelse?! 

Ponderei perder a cabeça (e umas dezenas de euros) e ir comprar aquele modelo xpto da marca portuguesa Salsa, as gap não sei das quantas, que supostamente são indicadas para quem tem anca larga e cintura fina, sem que fique aquele espaço aberto na cintura. Mas tinha um vale de 50% para usar na Tiffosi e vai daí, pelo mesmo preço dos jeans da outra marca comprei uns jeans, uma sweat para oferta de natal, e 4 camisolas de malha para o Gandhe. Pelintra mind fashion. E guess what? Os jeans (modelo light push up com cintura média) que me ficaram por 15€ assentam que nem uma luva, e não fica espaço nenhum na cintura... 

E finalmente cá estou eu neste estágio de aceitação. Reaprendi a gostar e aceitar o que vejo ao espelho, seja lá qual for o tamanho. É só um número. E números há muitos... 

Nota: as marcas aqui referidas não patrocinaram qualquer vírgula ou palavra deste post. O único patrocínio foi mesmo a minha conta bancária. 

 

11
Dez19

Das futilidades que por vezes são um "mal" necessário

O meu corpo mudou. Facto. A idade contribui e muito para isso. Facto.

Depois do período em que engordei cerca de 10 kgs num ápice, em que a roupa deixou de me servir, em que eu deixei de me reconhecer e a autoestima, que nunca foi grande merda, foi pelo ralo, comecei uma luta para recuperar o corpo que conhecia e com o qual me sentia bem.

A verdade é que, com acompanhamento nutricional de dois médicos distintos (a nutricionista que me segue regularmente e o especialista em nutrição e obesidade que consulto mais ou menos de três em três meses), com exercício físico numa carga moderada de cerca de 5h semanais, com cardio e localizada, com alimentação regrada, mas sem restrições radicais, o corpo está a recuperar. A massa muscular está a aumentar, a massa gorda a diminuir. O peso não se alterou como inicialmente eu tanto queria, mas, e há aqui que compreender que ter um corpo de 65kg tonificado e um com mais massa gorda que muscular é totalmente diferente. E portanto, estou progressivamente a reduzir volume, com um corpo mais firme e tonificado, ainda que o peso pouco se tenha alterado.

Se o ano passado, no auge da minha figura "gorda" as calças não me serviam e passei o inverno de vestidos (e à conta disso passei muitas vezes por grávida), este ano já visto calças que há um ano não vestia. Continuo a usar vestidos porque gosto, mas sem ser porque usar calças não são opção. 

Ainda assim, e não sei bem explicar, talvez pelo aumento da massa muscular, estou mais larga de costas e portanto este ano o que verifiquei foi que alguns casacos de inverno não me serviam. Ou até apertavam e ficava uma espécie de alheira de Mirandela (bem boa) a rebentar pelas costuras. 

Praticando a arte do desapego, não serve, não uso, aproveitei uma campanha solidária de recolha de vestuário, roupa e bens alimentares que está a decorrer na Junta de Freguesia e separei umas quantas coisas, em bom estado, claro, incluindo esses casacos de inverno que me estão apertados.

Resultado: fiquei reduzida a um kispo comprido de penas, a um sobretudo verde caqui e a outro camel, também "compridos", (o camel foi feito à medida há uns 3 ou 4 anos e curiosamente continua a servir, talvez porque a ter em conta a medida da anca, os compridos não deixaram de me servir nas costas, problema que notei nos casacos mais curtos). 

Investimento neste inverno: casacos. Na Lefties comprei um kispo curto com capuz escondido e gola de pelo, em cru (bege claro), na Zara um casaco estilo canadiana em cinza claro, a um preço bárbaro. E na Mango Outlet um sobretudo vermelho.

Agora que está o investimento feito, que me durem muitos anos, até porque os que saltaram fora do meu roupeiro já vêm de 2012, se não estou em erro, era eu uma magricela (na parte de cima, porque anca larga sempre tive) com menos de 55 kgs. 

Um investimento necessário, mais que futilidade, uma necessidade. Agora estou bem apetrechada de casacos para os invernos vindouros... e com margem para, caso o corpo volte a mudar aos 40's que se aproximam a passos largos, continuarem a servir (ou assim espero, a menos que engorde 30 kg's... vade reto!).

 

09
Dez19

A 9 de dezembro...

A lista de pessoas a mimar este Natal com um presente foi pensada ao longo do ano, está "fechada" desde outubro.

Prendas escolhidas, umas compradas em loja, outras encomendadas online, outras personalizadas (porque optei uma vez mais por artigos handmade, que têm todo um outro valor afetivo). Já tenho praticamente tudo em casa (quase) pronto a distribuir.

Um jantar de natal já foi, com sorteio de amigo secreto. Próximo fim de semana mais dois jantares: o da turma de Dance Fitness (com amigo secreto, mas sei a quem vou dar prenda), e o convívio dançante com jantar da escola de dança. Segue-se o da empresa. Por fim virá o da família, que ainda não sei se será na sogra (caso venha a filha e a neta) ou se será os dois em casa (o que não seria a primeira vez e ainda aqui estamos). Ainda está em agendamento outros dois jantares com amigos "família".

Já a passagem de ano está a ser preparada. Um grupo de pessoas que se juntam, amigos que foram trazendo amigos e fomo-nos conhecendo e convivendo em diversas ocasiões. Amigos que podem trazer outros amigos. Objetivo: arranjar um sítio razoável para jantar e siga para junto do povo, fazer a festa na rua, ver o fogo de artifício na Ria de Aveiro, e depois o estado de espírito logo dirá como prosseguir a noite. À partida está escolhido o restaurante. japonês. Sem ementas e menus xpto de Réveillon, daqueles que quase é preciso deixar lá um rim para pagar o jantar.

O ano está na reta final e eu sei que não é por mudar o número do calendário que a vida muda e melhora num passe de mágica. O ano está na reta final e o único balanço que faço é : finalmente, foda-se!

Venha lá 2020 que já estou em modo estágio para comprovar que as pancadas da vida e as respetivas lições do ano 2019 serviram para enfrentar com maior maturidade e sabedoria o que estiver para vir. E se ainda há muita porcaria que está para vir, oh se há...

 

03
Nov19

Altos e baixos, tempestades e previsões de bonança

Eu sei, eu sei, ando meia ausente, incerta por estes lados, e quando venho é quase sempre em lamúria por um ano fodido que está a ser 2019. E dizer fodido é ser simpática.

No entanto, e dando uma de Gustavo Santos, o guru dos clichés, eu posso não controlar o que acontece, mas está nas minhas mãos decidir que importância dou ou o que faço em relação ao que acontece. É o meu poder. E é um poder do caraças, digo-vos já. Por que isso implica tomar as rédeas da vida que é a minha e só minha, da pessoa que sou eu e cujo bem estar depende inteiramente de mim, e só de mim. 

2019.

Um ano marcado por falecimentos (a avó do Gandhe, o pai de uma amiga muito próxima, e o mais recente o meu avô paterno).

Um ano marcado por doenças graves de pessoas ou familiares de pessoas que me são próximas ou extremamente especiais para eu sentir a dor que elas sentem e estar aqui, muitas vezes sei lá como, para lhes dar o apoio que necessitam.

Um ano que, em pouco tempo, a mãe dele foi fonte de aflições e preocupações: primeiro teve um grave acidente de carro que nos deixou sem pinga de sangue, mas do qual saiu milagrosamente ilesa. Houve o prejuízo do carro, que foi para a sucata e, sem contar, teve de comprar outro. Do mal o menor.  Um tempo depois, e num espaço de 48h, duas crises cardíacas graves, muito graves, que nos deixaram literalmente de coração nas mãos e por pouco não suspendemos as férias de verão. Acabou tudo por correr bem, devidamente medicada e nós com olho atento,  tem estado tudo calmo. Por enquanto. Porque ela e o problema cardíaco que tem são uma bomba relógio.

Um ano marcado por constantes desavenças e desentendimentos com o Gandhe... o ano do nosso 15º aniversário (que por pouco nem lá se chegava) tem sido desgastante para ambos, temo-nos deixado levar por uma série de fatores externos, sinto que estamos a remar em direções opostas, com prioridades diferentes, pior, sinto-me sozinha numa relação em que eu tenho ficado para depois porque aparecem sempre outras coisas muito importantes e inadiáveis. Por dois momentos a minha aliança esteve em cima da mesa, num tudo ou nada, assim não quero, não sou feliz, não é o que quero na minha vida nem no meu futuro. Note-se que a segunda vez que isto aconteceu foi há duas semanas. Invariavelmente é quando bate no fundo que ele reage. Que ele mostra o que sente. Que ele luta por mim, por nós. Há duas semanas ele deixou-me sem palavras com todo um discurso em que se expôs emocionalmente como muito poucas vezes o vi expor-se nestes anos todos. E acreditei na força do que nos une, mais do que tudo o que nos parece querer afastar. 

Estes dias de férias em que estive parcialmente sozinha pude dedicar tempo a mim. Também preciso. Dormir, passear, ir tratar da beleza (ajuda ao ego e à auto estima), check up na nutricionista, ir às minhas aulas de dança nas calmas, sem a típica correria do sai do trabalho, come qualquer coisa e corre para não chegar (muito) atrasada. Tive um jantar de amigas. Fomos dançar. E rir. Muito. Comprei uma mini saia de pele (sintética). E senti-me bem. Fui até à praia com o Gandhe (que fez um esforço para, nas horas depois do trabalho, estar comigo, compensando a falha de não ter marcado as férias para esta semana estarmos juntos). Respirei a maresia, ouvi o som das ondas, contemplei um horizonte com uma mistura de nuvens, raios de sol e água. Senti a areia nos pés. O vento no cabelo. Bebi um chocolate quente. Andámos a explorar novos sítios na cidade. Jantámos num sítio diferente (novo para nós). Tivemos tempo para nós, e também para as coisas de cada um. Um bom equilíbrio, que é o que mais nos tem feito falta. Quase que fomos para fora dois dias, acabámos por não ir. Não faz mal. O tempo foi bem aproveitado.

E, como que a marcar uma nova fase, hoje vieram almoçar connosco, cá em casa, a mãe dele e o meu pai. Foi um agradável almoço de uma família que tem perdido tanto e não tem sabido encontrar um rumo que leve a uma união. Somos poucos, contamos com tão poucos e mesmo assim não nos unimos, não nos procuramos, ficamos sozinhos, cada um na sua bolha. Aproveitei que o meu pai faz anos hoje e convidei para almoçarem cá em casa, fiz uma surpresa com o bolo, conversámos sobre muitos assuntos... e foi bom. Há tanto tempo que não me sentia "em família". 

2019 tem sido um ano duro. Sofrido. Penoso. E está nas minhas mãos retirar as lições que a vida quer que eu aprenda, enfrentar as dificuldades e obstáculos com uma postura mais serena, espero que mais sábia, no fim de tanta provação... porque, e recordo uma frase que a Alice partilhou, "o desgosto e a alegria dependem mais do que somos do que daquilo que nos acontece". Portanto, há que arregaçar as mangas e erguer a cabeça, ser eu, inteira, sem medos, ou que seja com medos mas que haja coragem de ir, com fé e confiança em mim e no caminho que escolho trilhar. Quem quiser acompanhar-me, a minha mão está estendida e o meu coração agradece. Quem quiser ficar pelo caminho, só tenho a agradecer as histórias vividas e partilhadas e entender que há algumas pessoas que ficam pelo caminho para que outras melhores possam aparecer, há histórias que têm de terminar para que outras possam acontecer. E acima de tudo: deixar a vida acontecer, porque ela dá muitas voltas, e escolha eu o caminho que escolher, hei-de chegar onde tenho de chegar, com as pessoas que me quiserem acompanhar. 

 

 

 

 

21
Out19

Coisas fantáticas (e não só) de ir almoçar a casa

Isto de morar a cinco minutos do trabalho é um luxo. Verdade.

Regra geral vou almoçar a casa, não que de vez em quando não combine e vá almoçar com colegas a qualquer lado, mas por norma, vou a casa. Um luxo. Verdade.

No entanto, tudo tem o seu revés. E isto de ir almoçar a casa também é muitas vezes andar numa corrida a fazer coisas em casa e quando finalmente me sento para almoçar, fónix, faltam 15 minutos. Ou menos. 

Hoje andei a estender roupa (aproveitar o sol), a apanhar roupa que estendi ontem à noite, a dobrar e arrumar alguma que não precisa de ferro, depois venho para a cozinha e ainda arrumo umas coisas, limpo as caixas de areia dos gatos e... ops tenho de almoçar. 

Pronto, há outros dias que não havendo roupa estendida ou por estender, ou outra coisa qualquer que uma gaja olha e vai de fazer para adiantar serviço, dá para ler um bocadinho enquanto tomo o café descontraída. 

 

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