A escrava de marfim
Sou uma leitora ávida de romances históricos. Adoro. Já li inúmeros. Não resisto a uma boa sinopse de um romance histórico.
Talvez seja leitora exigente no que a romances históricos diz respeito, talvez já tenha lido muitos de qualidade, que me apuraram o gosto, ou simplesmente há boas sinopses que se revelam uma desilusão. E foi o que aqui aconteceu.
Há uns meses andava eu pelo site da WOOK e deparei-me com este livro: A escrava de marfim. Li a sinopse, interessou-me, o preço também, mandei vir. Foi a minha última leitura e ficou aquém das minhas expectativas.
A narrativa divide-se em dois tempos distintos: Séc. XVII e Séc. XXI. Em capítulos intercalados vamos conhecendo a história de Carmén, uma professora e investigadora dos tempos atuais, que vive uma crise pessoal após um divórcio. Sem saber o que fazer à vida, bate-lhe à porta a oportunidade de encetar uma investigação que ia ao encontro do tema de uma tese que ela tinha em stand by. Por outro lado, e à medida que Carmen avança na viagem e nas investigações, temos a história de Isabel de Varela, uma jovem que aos 16 anos se viu "vendida" pelo pai viúvo, falido e bêbado, para ir casar com um rei negro convertido ao cristianismo.
Até aqui temos ótimos ingredientes para uma história cativante, com muito contexto histórico a explorar. Mas acabei por encontrar um romance de cordel, digno da coleção Arlequim. Probreza no argumento, muita pobreza no contexto histórico, na parte narrativa sobre Isabel de Varela há demasiadas lacunas e vazios históricos que são preenchidos com uma visão romanceada dos acontecimentos narrados.
Em vez de um romance histórico, deparei-me com um romance pobrezinho, que fica bem aquém do anunciado romance repleto de amor, aventura e erotismo.