Cada um gosta do que gosta
Fazer exercício físico está na moda. Uma excelente moda, não nego. Pela saúde, pelo bem estar (físico e mental), pela perseguição do corpo perfeito, pelo que seja, é uma boa moda. Corram, façam zumba, vivam nos ginásios, esmaguem-se no cross fit. Esbanjem saúde e bem estar, e corpos sarados, musculados e tonificados.
Eu cá não vou em modas, sempre tive esta coisa de ser a ovelha negra, como ser a única sportinguista numa família de benfiquistas.
Nunca fui fã de exercício físico. Nas aulas de educação física gostava de futebol e de vólei. Só. Tudo o resto era um pesadelo. Correr e tudo relacionado com corrida era ver-me a querer correr dali para fora (seria a única forma de me pôr a correr). Abdominais, fazer o pino ou dar cambalhotas, saltar caveletes e andar pendurada em barras era tortura chinesa. Mas brincava que me fartava: andava de bicicleta pela aldeia, junto ao rio, na quinta dos meus avós, corria com os cães pelos pinhais, saltava ao elástico e à corda, e ficar com dor de burro e afogueada, nesses contextos, era coisa que me fazia rir e querer mais.
Hoje em dia, a única coisa que me dá essa mesma sensação de correr com os cães, saltar à corda ou ao elástico, andar de bicicleta junto ao rio, ficar com dor de burro sem me importar, com vontade de continuar e continuar é a dança. Ando em danças latinas há mais de dois anos, vou fazendo uns workshops de africanas (adoro), e em breve, a propósito da despedida de solteira de uma amiga, vou fazer uma incursão ao pole dance. E estou aqui toda entusiasmada, ansiosa para experimentar, crente que vou adorar, não me importando com dores de abdominais, de pernas e de braços, ou em ter de fazer o pino. Resta-me ver se os preços de aulas são compatíveis com a minha conta bancária, e vai ser ver a Pandora a abraçar um novo (mundo) varão!