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Estórias na Caixa de Pandora

Estórias na Caixa de Pandora

11
Jun15

Da mania de comentarem o que não sabem

Tenho 34 anos, uma relação prestes a fazer 11 anos, e não tenho filhos. 

Se penso nisso? Sim. Se tenho vontade? Sim, mas nada que diga é agora, é para breve, tem de ser. Eu própria vou adiando essencialmente pela forte instabilidade profissional, por sentir que ainda não houve um click qualquer que despertasse esta coisa da maternidade mais a sério, e também porque do outro lado, do suposto pai, não há vontade. As poucas vezes que falámos do assunto obtenho um "para já não, para agora não" e fico por ali, até porque eu própria sinto esse "agora não", "ainda não".

Mas, já ouvi a minha sogra mais querida (vá pro raio que a parta) comentar com a cunhada que não temos filhos porque eu não quero engordar (cabra nojenta). E mal sonha ela que é o filho que não quer, que eu até já abordei o assunto e se houvesse feedback positivo do outro lado, até arriscaria e avançaria. 

Depois são os colegas de trabalho que ultimamente vão fazendo esses comentários. Para eu me deixar de gatos e ter bebés, porque vou para velha, porque não há nada melhor que os filhos.

Oh foda-se. Até pode ser verdade mas, era preciso que eu estivesse nessa onda de abraçar a maternidade e a minha outra metade também, o que não acontece, e ele com menos vontade do que eu.

Mas os comentários custam a ouvir. E faz-se um sorriso amarelo, dá-se aquela resposta da instabilidade e tal, ou ainda tenho tempo... e parece que tenho de justificar uma decisão que ainda não tomei só porque, socialmente, eu já devia ter dois filhos, no mínimo. 

Posso decidir ser mãe mais tarde, como tantas mulheres nos tempos de hoje, posso até decidir nem ter filhos, posso decidir ter e descobrir que não posso. E? Pensei que isso fosse uma decisão minha (nossa). Ou será que tanta gente interessada na minha maternidade está disposta a contribuir para os gastos do rebento????

Há dias em que dá vontade de dizer: metam-se na vossa vida e deixem a dos outros. 

 

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