Debaixo de algum céu
Este livro foi prenda da minha doce m-M. Não conhecia o autor, tão pouco tinha ouvido falar do livro.
A sinopse soou-me bastante interessante. E depois da empreitada de ler a trilogia de Zafón de seguida, este foi o escolhido, mesmo sabendo que vir logo a seguir a Zafón não é tarefa fácil.
Li-o sem pressas, ao sabor da disponibilidade e vontade. Mas quando lhe pegava era difícil largar. Tem um ritmo narrativo acelerado, vidas que se cruzam e entrecruzam, os sons da vida rotineira, os pensamentos de quem não tem coragem de os pensar alto, os medos, os anseios, as dúvidas, as descobertas, as tristezas, as solidões, a solidariedade num momento de crise, a vida que passa independentemente de tudo o resto.
Um prédio, os seus moradores, vizinhos, uma semana, uma pequena localidade à beira mar: são os ingredientes base para esta narrativa linear, simples, polvilhada com reflexões sobre a vida do quotidiano de pessoas tão comuns, que podia ser qualquer um de nós, ou um dos nossos vizinhos...
Deixo a sinopse e espero que vos desperte a curiosidade, como me despertou a mim.
Sinopse
A semana em que decorre esta história é bruscamente interrompida por uma tempestade que deixa o prédio sem luz e suspende as vidas das personagens - como uma bolha no tempo que permite pensar, rever o passado, perdoar, reagir, ser também mais vizinho. Entre o fim de um ano e o começo de outro, tudo pode realmente acontecer - e, pelo meio, nasce Cristo e salva-se um homem.
Embora numa cidade de província, e à beira-mar, este prédio fica mesmo ao virar da esquina, talvez o habitemos e não o saibamos.
Com imagens de extraordinário fulgor a que o autor nos habituou com o seu primeiro romance, Debaixo de Algum Céu retrata de forma límpida e comovente o purgatório que é a vida dos homens e a busca que cada um empreende pela redenção.