Do arrependimento à reflexão
Aquele momento panela de pressão do qual me arrependi logo no segundo a seguir aconteceu em contexto profissional. Com a minha chefia direta.
Sim, uma merda. Grave.
Admitir o erro, pedir desculpa e "andar na linha" fazem parte deste restauro do dano.
E a reflexão sobre os gatilhos que ativaram as minhas feridas emocionais, e me levaram a um estado de raiva e frustração, é mais uma oportunidade para o meu crescimento e amadurecimento.
Uma das reflexões leva-me ao lembrete de uma tomada de consciência: a de não tomar para mim as "injustiças" que vejo ou sinto. Não sou nenhuma justiceira, que defende os fracos e oprimidos. Se há pessoas incomodadas com determinadas situações, sejam adultas e falem. Tomar para mim as dores dos outros, a juntar às que eu própria já carrego, é uma sobrecarga demasiado pesada.
Olhar para o que me incomoda e irrita/tira do sério também é matéria para reflexão. Para que me serve essa irritação? Que poder ou importância estou a dar a determinada pessoa para que eu permita sentir-me anulada, rejeitada, desvalorizada, fora do meu equilíbrio e foco?
As atitudes e posturas dos outros são isso mesmo: dos outros. Não controlo, não me compete mudar ou julgar. Acredito que, a seu tempo, cada um colhe o que semeou, portanto, é deixar andar e esperar. Ou não esperar. O Universo há-de repor a ordem. Confio nisso.
Há um desligar da minha parte. Isto não me pertence, tão pouco tenho o poder de mudar ou controlar.
Recentemente tive assim um momento de reflexão partilhado com uma amiga, onde surgiu a hashtag #betherock. A analogia era algo como: enquanto o circo pega fogo e arde, eu escolho ser a pedra que está ali impávida e serena, por onde o fogo passa, e até pode chamuscar, mas ali permanece, firme e segura.
Então #betherock, Pandora, be the fucking rock 🤟