Leitura de Outubro
Tive a sorte de uma amiga me emprestar o último livro de Joël Dicker. Sem surpresas, não demorei muito a pegar nele e, tanto quanto foi possível, lê-lo num quase fôlego.
Depois da última leitura bem que eu precisava de algo que me arrebatasse. Missão (quase) cumprida.
Joël Dicker é um fabuloso contador de histórias de suspense. A forma como vai distribuindo as peças, deixando as pistas, as subtilezas, os detalhes, é genial. No entanto, e aqui não é contra o autor que falo, mas contra os leitores mais "analíticos", torna-se óbvio o estilo que o autor já manifesta, e para quem o conhece já não se deixa surpreender tanto ou com qualquer coisa. Sabendo como o autor brinca com a nossa perspicácia, das reviravoltas que vai dando ao enredo, o leitor mais analítico e atento fica mais alerta às "falsas" pistas, ao que parece demasiado óbvio.
Nesta história cedo percebi que o acontecimento que dá mote a todo o enredo era, por si só, uma consequência secundária do verdadeiro mistério que, 20 anos depois, estava ainda por resolver. Stephanie Mailer desapareceu por aquilo que começou a descobrir e iria, com toda a certeza, revelar, pondo a descoberto um assassino que ficou invisível por 20 anos. Mais, cedo percebi que a investigação desse crime estava focada numa premissa totalmente errada e, por isso mesmo, a investigação distanciou-se do verdadeiro foco. Aqui também me vale a bagagem que tenho de séries criminais e profilers, que me fez ver que a vitimologia estava errada, ou equivocada.