Não há fome que não dê em fartura
Longe vai o tempo em que as férias de verão eram assim uma eternidade de quase três meses. Uma boa parte desse tempo era passado na praia (vicissitudes de ter praias às portas da cidade). E com tanto tempo disponível para me estender no areal, a verdade é que tinha um biquíni a uso. Chegava ao fim do dia, lavava, punha a secar, na manhã seguinte vestia o mesmo e siga pra praia.
Não havia cá usar diferentes biquínis com diferentes modelos e parecer uma zebra com diferentes marcas de bronzeado. Era um biquíni para o verão todo e guess what? Sobrevivi.
Depois os verões na praia passaram a ser duas semanas de férias (quando as havia) e fins de semana. E foi então que aderi à moda de ter vários biquínis a uso. Um desperdício, verdade seja dita. Porque houve verões que nem meia dúzia de vezes fui à praia, não chegava a usar os biquínis que tinha, ou como no ano passado, fui duas tardes e levei exatamente o mesmo biquíni. Preto.
Porquê esta conversa?
Ora, porque começo a ser bombardeada pelas novas coleções de banho. E sim, ando a babar por alguns modelitos, daqueles que custam um dedo mindinho. Ou um terço de um rim. E para quê? Para ir meia dúzia de vezes, se tanto, à praia?
Há dois anos refiz o meu stock de biquínis, até porque o meu corpo sofreu algumas alterações e deixei de me sentir confortável com os modelos triangulares e as tanguinhas de laçarotes que usava. Neste momento tenho três completos: um preto, dois estampados. Tenho ainda uma tanga branca que comprei para poder coordenar com as partes de cima, mas a verdade é que está por estrear.
Se preciso de outro? Redondo não. Não sei que praia consigo fazer este ano. Como vão estar os ventos por estes lados da costa de prata.
Ainda assim ando neste masoquismo a babar pelos modelos que vão sendo publicados na página da Ros Beachwear, ou a pensar dar um saltinho à Women Secret porque já vi uns modelitos no site que me prenderam o olho.
E isto é estúpido. Não só porque na verdade não preciso gastar dinheiro em mais um biquíni (se bem que ainda não vi como me ficam atualmente os que tenho), como ainda por cima ando numa fase em que me sinto um tanto ou quanto sereia (metade mulher, metade baleia), pelo que seria doloroso enfiar-me num provador a experimentar biquínis.
Posto isto, deixo a reflexão: devemos apostar em quantidade ou qualidade, falando de biquínis. É que por um lado, comprar qualidade significa que um modelito dure uns bons verões, o que justifica por si o preço que custam certas marcas. No entanto, mulher que é mulher já fica difícil ter só um, quanto mais repeti-lo por vários verões.
Oh dramas de uma pelintra a sonhar com o verão!!