Se tivesse de resumir a semana numa palavra...
... seria morte.
Dramático? Forte? Sem dúvida. Mas real.
Na quarta começo o dia com a notícia da morte da avó de uma grande amiga. Um aperto no peito, uma sensação amarga por estar a centenas de kms e não lhe poder dar um abraço.
Horas depois, no mesmo dia, soube da morte do pai de um amigo. Murro no estômago. Ninguém contava, foi tão repentino, tão inesperado, tão chocante.
Por fim, uma amiga que no fim de semana tinha resgatado dois gatinhos recém nascidos abandonados à sua sorte, uma lutadora que tudo fez para tratar deles e eu, em socorro, recorri a pessoas conhecidas dos meus tempos de associação para ver se arranjava uma gata que estivesse a amamentar e pudesse adoptar aqueles pequenotes. Depois de muitos contactos trocados, palavra passa palavra e eis que uma mamã adotiva aparece. A felicidade e o alívio. Logo toldados por um internamento repentino dos pequenos bebés. Um deles teve alta no próprio dia e seguiu para a mamã adotiva, que o recebeu muito bem. O outro permaneceu internado e não sobreviveu.
Mais um murro no estômago. No mesmo dia. Assim, notícia atrás de notícia. Morte atrás de morte.
O meu feriado não foi na praia, nem numa esplanada. O meu feriado foi juntar-me a um grupo de pessoas, algumas amigas, outras conhecidas, outras desconhecidas, mas todas com uma missão: ir confortar o amigo que acabara de perder o pai. Uma hora de viagem até à serra, meios perdidos nas curvas e contracurvas, moídos pelo calor, com um sentimento a pesar cá dentro, mas chegámos ao destino, e juntámo-nos todos em redor do nosso amigo, em múltiplos abraços, apertos de mão, palavras de apoio. A presença que conforta num momento de grande dor.
Vim tarde para casa. Esgotada emocionalmente. Com um vazio cá dentro. Com a cabeça perdida e vaga, alheia.
Hoje foi dia de trabalho mas passei as horas apática, desconcentrada, sem ponta de energia.
Agora é respirar fundo, aproveitar a fim de semana para ver se reanimo e melhores dias virão. Para todos.