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Estórias na Caixa de Pandora

Estórias na Caixa de Pandora

10
Mar15

Eu, devoradora de leite assumida, consegui!

Muito se debate sobre o consumo ou não de leite e seus derivados. Eu sou fã de leite e seus derivados, mas como tudo na vida, o consumo moderado e equilibrado é o segredo para o bem estar. Recentemente, com os testes de intolerância alimentar que fiz, no primeiro deu resultado positivo como intolerante à lactose. Dois meses a evitar o consumo de lactose, no segundo teste, verifiquei que o meu corpo estava saturado e o período sem consumo surtiu um efeito desintoxicante. Não sou intolerante à lactose, mas o nível de tolerância é baixo e reduz-se ao leite magro, estando mais à vontade com iogurtes, manteigas e alguns queijos. Posso beber o meu leitinho, não posso abusar. Do consumo moderado, tenho de o moderar ainda mais para evitar nova saturação. 

Durante os dois meses que estive privada do leite, tive de encontrar alternativas. Os leites vegetais deixam a desejar. Não gostei do de soja, não gostei do de aveia, tolerei o de arroz e o de amêndoa, mas não os podia beber pois também tinha de evitar arroz e amêndoas, não cheguei a experimentar o de coco porque o preço assusta. Então a alternativa mais viável passou pelo consumo de chá. E se eu achava que beber chá ao pequeno almoço me ia fazer ter fome mais cedo, que não me ia sentir bem, ou saciada, a verdade é que foi apenas nos primeiros dias que senti esse "desconsolo". Agora que me habituei ao chá, e posso variar os sabores conforme me apetece, o leite passou a ser algo que consumo de quando em vez, sem lhe sentir assim tanto a falta.

Portanto, a todos quantos se debatem com a questão de querer diminuir o consumo de leite e não se acham capazes, sim é possível: só custa os primeiros dias. Falo com conhecimento de causa. 

 

08
Jan15

Ao fim do dia

Enquanto a Yammi fazia a sopa, eu arrumei as decorações natalícias. Já só falta levar tudo para a garagem e guardar até daqui a 12 meses. 

Atualizei uns ficheiros, dei uma vista de olhos no face, conversei com uma amiga que está em dia não, arrumei umas coisas. Lembrei-me da bicicleta. Hum, hoje não. Três dias seguidos de danças, preciso de descanso.

Mais animada com a repetição do teste às intolerâncias alimentares. Vão-me enviar o resultado completo por e-mail, mas pelo menos já tolero lactose, glúten e a maioria das carnes. Curiosamente a carne de frango ainda não. Tentar estar três meses sem a comer. A intolerância à cenoura mantém-se. Calha bem que também não aprecio a dita. Só daqui a seis meses é que repito o teste. Para a semana tenho consulta na nutricionista que me acompanha e vamos ver como vou planificar a alimentação nos próximos tempos. Mas só para comemorar, já me estou a imaginar no fim de semana a pôr o dentinho num naco de carne, ahhhhhh até me vêm as lágrimas aos olhos. 

Mas agora, agora o que eu quero mesmo é um duche bem quente, o pijama e as minhas adoradas pantufas. Um chá quentinho, o livro, e estar assim, comigo mesma, no fim de um longo dia.

 

 

10
Nov14

A aventura de comer uma salada (fora de casa)

No sábado, por recurso e gestão de tempo, acabámos a almoçar numa daquelas casas de sandes e saladas que se encontram nos centros comerciais. Ora, olhava eu para o que podia comer e quase que me dava um fanico já ali.

O Gandhe diz-me: pede uma salada sem alface e massa.

- Então mas isso é a base!!

- Não só. A base também tem couve roxa e rúcula. Depois vês o que tiras e substituis.

Pronto, inspira, expira, não pira. Acalmei e escolhi a salada de delícias do mar, mas disse logo à senhora que tinha de trocar ingredientes.

- Na base só couve roxa e rúcula.

- Massa não quer?

- Não.

- Mas alface pode ser.

- Não.

- Não quer alface???????!!!!!!! (o ar de incrédula a olhar para mim, como se me tivessem saído umas antenas da cabeça, ou algo do género).

- Não. Alface não.

- Não mesmo???!!!!

(Ai a minha vida, fosga-se!) - Não posso comer alface, se pudesse comia. 

- Ai não pode... Atão o que pode comer?

E lá relatei os ingredientes para a salada, com aquele olhar em cima de mim como se eu tivesse ficado roxa às riscas verdes, com bolinhas amarelas... e de antenas a sair da cabeça.

 

À noite, jantar com amigos: sushi. Mas só à base de sashimi (lascas de peixe cru) e peixes grelhados. Qualquer semelhança entre mim e uma foca era mera coincidência.

 

É difícil. É difícil decidir refeições em casa, e para não me transformar em ermita, sujeito-me a estas coisas no social. É difícil. Muito. Mas uma coisa é inegável: a cada dia sinto-me melhor. Os sintomas que tanto me incomodavam têm desaparecido, pouco ou nada resta. E faltam 3 semanas até repetir o teste.

 

07
Nov14

Sobre a intolerância alimentar

Ora bem, este assunto parece moda, ou pelo menos há mais consciência e sensibilidade para esta questão das intolerâncias alimentares. Eu não sou profissional para me debitar sobre o assunto. Sou alguém que foi percebendo que sofria certas consequências quando comia determinados alimentos, e nos últimos três meses (mais coisa, menos coisa) viu-se com uma série de sintomas que alertaram para algo de "errado".

A intolerância alimentar é basicamente isto: comemos um alimento e fazemos reação. Dependendo do grau de intolerância e da(s) reação(ões) pode ser mesmo alergia. Hoje fala-se muito da intolerância ao glúten, sendo que os alérgicos são os chamados celíacos que nem de longe nem de perto podem ingerir glúten, e na intolerância à lactose. São as mais conhecidas e as mais comuns. Mas há outras. Há quem seja alérgico a frutos secos. Há quem não faça alergia mas tenha um conjunto de reações (citando algumas: inchaço abdominal, prisão de ventre ou diarreias, cólicas, flatulência, indisposição, enxaquecas, etc) sempre que ingere determinado alimento ou alimentos.

Falando de mim, porque é o meu testemunho: sempre, desde que me lembro ser gente, que sofro de prisão de ventre. Tenho um intestino preguiçoso, sensível. Comidas mais condimentadas ou pesadas ou alimentos como feijão, castanhas, tremoços, era certo e sabido que ia ter uma crise de cólicas e afins. Evitava esses alimentos, embora de quando em onde deliciava-me com uma feijoada, ou com o arroz com feijão preto, ou com arroz de feijão, ou com castanhas, e pumba, lá andava dois dias com as cólicas, a prisão de ventre seguida de diarreia, a flatulência. 

Só que de há três meses para cá tenho tido esses sintomas diariamente, ou quase, e sem andar a comer esses alimentos que eu já sabia que me provocavam todo esse mal estar. Conversa com nutricionista, retirei o mais que pude glúten e lactose para perceber se era uma dessas duas, ou as duas. Continuei com os sintomas. Cheguei ao desespero de almoçar um bife de peru grelhado com uma salada de alface e horas depois dobrar-me com as cólicas. Não comia pão, massas, não andava a beber leite, tudo muito controladinho e supostamente saudável. 

Decidi, antes de me meter num gastrenterologista, fazer o teste das intolerâncias alimentares. E lá fui no último sábado fazê-lo.

Ora bem, as intolerâncias podem ir e vir, podem ficar para sempre. Quando a intolerância é temporária é um sinal que o corpo saturou de determinada proteína ou nutriente. É preciso fazer um período de repouso para perceber se o corpo o volta a aceitar, ainda que o consumo deva ser mais moderado e regrado. Isso significa que faz-se um primeiro teste, está-se um período de tempo (entre um a três meses) sem ingerir aquele grupo de alimentos e repetir o teste para perceber se houve alterações.

O resultado do meu teste: sou intolerante, pelo que não posso comer no próximo mês:

  • açúcar
  • trigo/glúten (arroz, massas, bolachas, pão)
  • chocolate
  • cenoura
  • feijão
  • banana
  • amendoim
  • café
  • pimento
  • canela
  • sal
  • carne vermelha
  • carne branca
  • alface
  • laticínios (leite, iogurtes, natas)
  • amêndoa
  • óleo

E ainda devo evitar ao máximo:

  • limão
  • brócolos
  • camarão
  • morango

O bife de peru grelhado com alface que eu comi e me deixou cheia de cólicas?! Pois. Intolerante a carnes brancas e alface. 

Desafio: um mês só a peixe e alguns legumes (não me falem em arroz ou massas sem glúten, porque já tenho o plano alimentar da nutricionista e nas primeiras duas semanas vou estar sem hidratos), pão de espelta, tostas sem glúten, tofutti (uma espécie de queijo de barrar, mas de tofu), derivados de soja, mas sem abusos, leites vegetais (que não sejam de arroz ou amêndoa, ou com sabores de morango ou chocolate), leite magro sem lactose, iogurtes magros sem lactose, gelatinas... e quiçá começo a explorar o mundo vegan.

Daqui a um mês repito o teste e tomara que eu saia de lá e vá direta comer um bife! 

 

Agora tento encarar com optimismo e algum humor, mas os primeiros dias fiquei sem chão, sem saber o que fazer, o que ia ser de mim. Isto está longe de ser para emagrecer. É para poder alimentar-me sem me dobrar com dores de cólicas, sem o constante mal estar do inchaço, da flatulência, das enxaquecas (que andava a associar a outra coisa, mas pelos vistos, também deriva disto). Eu só quero sentir-me bem. E para isso tenho de perceber os sinais que o meu corpo me dá, entendê-lo e procurar a melhor forma para me sentir bem. 

Para já, e apenas com uns dias: peixe, peixe, peixe. Pão de espelta (adoro), o tofutti (muito bom), leite sem lactose (prefiro aos vegetais), iogurtes de soja (blhéc), fruta (pêra, maçã e laranja), nozes, e os sintomas diminuíram drasticamente. Valha-me isso. Que compense o esforço e sacrifício. 

Como ainda tenho um mês pela frente, palpita-me que vou começar a explorar sabores novos. Tofu é o primeiro da lista. 

E depois do choque, há que levantar, erguer a cabeça e tirar o melhor proveito deste desafio. Bora lá comigo?! 

 

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