Leituras em 2020
Em 2020 li 21 livros. Superei o meu próprio objetivo e fiquei feliz, claro.
Para atingir esta quantidade houve dois fatores decisivos: pandemia e três meses de confinamento em casa, em teletrabalho. Três meses sem sair de casa, três meses em que a vida, tal como a conhecia, as rotinas que tinha como certas e garantidas mudaram drasticamente. Tive de me reinventar, de reinventar os meus dias, e a leitura ganhou tempo de qualidade e foi um dos meus grandes refúgios.
O outro fator foi ter lido, em jeito de maratona, o autor Robert Bryndza. Seis livros em seis semanas. Foi muito bom. Adoraria conseguir este ritmo de leitura de forma mais frequente e recorrente.
Talvez poderia ter conseguido chegar aos 22, 23, quiçá 25 livros. Tramou-me o último que li e que comecei em outubro (no início de outubro, ainda estava eu de férias) e fiz um esforço para terminar a 31 de dezembro. A Fórmula de Deus, de José Rodrigues dos Santos foi um osso duro de roer. Se houve capítulos que me entusiasmavam e me faziam avançar a bom ritmo, houve outros em que me dava um sono descomunal, uma falta de atenção desconcertante que me fazia questionar se devia ou não insistir no livro. Insisti e andei a engonhar. Literalmente.
No meu perfil no Goodreads estabeleci para 2021 a meta de 15 livros. É exequível, dá pouco mais de um livro por mês, prevendo que tenho uns quantos thrillers para ler e que, espero, sejam de leitura voraz.
O objetivo vale o que vale. Se cumprir, cumpri, se superar, espetacular, se não cumprir, não vem mal nenhum ao universo.
Até porque, nestas leituras não estão contabilizadas outras que tenho andado a fazer no âmbito da terapia, e que envolvem tempo e energia, já que não são propriamente leituras recreativas e são complementadas com exercícios e outras ferramentas complementares, como documentários ou filmes. E se estou cerca de uma hora e meia a ver um documentário antes de dormir, não estou a dedicar-me à leitura. E estes documentários que tenho visto deixam-me ali a pensar e a absorver umas quantas coisas, que não vou propriamente ler algo que não tem nada a ver antes de dormir.
O post é sobre os livros de 2020, só que levantei já aqui o véu sobre um dos aspetos a destacar no ano que acabou. Comecei a fazer terapia. Está a ser um percurso muito enriquecedor, exigente a nível pessoal, que exige disponibilidade emocional. Vale a pena. Vale bem a pena todo o foco, o empenho e a dedicação. Será tema a explorar num futuro próximo.
Por ora, fiquemos com o meu regresso aqui ao blog, com a partilha habitual nesta altura do ano: as leituras do ano que termina.
Aproveito, antes de terminar, para um sincero pedido de desculpa pelo meu desaparecimento. O falecimento do meu pai veio, mais do que podia imaginar, abalar muitas das minhas frágeis estruturas, vi-me confrontada com muita coisa e ainda estou em processo de luto e não só. Se a ideia de procurar o caminho da minha cura emocional estava presente no arranque de 2020, longe de imaginar que o ano seria marcado por uma pandemia a nível mundial que ia virar as nossas vidas do avesso, confrontar-me com a perda do meu pai foi avassalador. Procurar ajuda na terapia foi um ato de fé e coragem. E sei que tenho um longo caminho a percorrer. Ao meu ritmo, respeitando os meus limites, o tempo que for preciso, o importante é apreciar esta jornada de desenvolvimento pessoal, de perdão e amor próprio.
A quem ainda possa estar desse lado, expetante pelo meu regresso, grata pelo carinho. Feliz 2021!